Sociedade

Movimento manifesta-se pela "restauração da qualidade e bom funcionamento" do CMR Sul

A Movimento Determinante (Associação de Cidadãos com Deficiência, seus Cuidadores e Amigos) irá realizar uma manifestação no próximo dia 20 de setembro, às 11 horas, à entrada do CMR Sul – Centro de Medicina Física e de Reabilitação do Sul, sobre o que diz "em defesa da restauração da sua qualidade e bom funcionamento".

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Segundo o Movimento esta ação acontece na sequência "das promessas não concretizadas" da administração do CHUA – Centro Hospitalar Universitário do Algarve de que o CMR Sul estaria a funcionar em pleno em dezembro de 2018 e de que nesse mesmo ano já teria autonomia própria, além de não ter sido cumprido o previsto no Decreto-Lei n.º 101/2017, de 23 de agosto, que garante «uma governação clínica com o grau de autonomia adequado, que assegure e potencie a elevada diferenciação do perfil assistencial na área da medicina física e reabilitação» estipulando que «a governação dos polos de prestação de cuidado deve ter a autonomia adequada para maximizar a eficiência na utilização dos recursos, fazendo uso de modelos inovadores de gestão, nomeadamente através de Centros de Responsabilidade Integrada, a concretizar no respetivo regulamento interno, que deverá ser adaptado em conformidade».
 
Para a Movimento Determinante, o que se observa é que os recursos humanos e os meios materiais têm vindo "sistematicamente a decair", não permitindo a intervenção necessária e adequada à reabilitação dos seus utentes regulares e à assistência a novos. Do mesmo modo, também o compromisso da administração e da direção do CMR de operacionalizar a proposta da Movimento Determinante de assistência e hospitalização domiciliárias não se cumpriram.
 
"Desde a integração no CHUA, o CMR Sul não tem tido um modelo de gestão financeira e de recursos humanos que permita estabilizar o corpo de técnicos (enfermeiros e terapeutas) e admitir assistentes operacionais, pelo que a sobrecarga de trabalho, os maus salários e a desorganização funcional têm motivado uma constante saída para outras instituições de saúde (sobretudo as particulares), tanto de técnicos antigos como dos recentes", justifica a Determinante em comunicado.
 
Uma situação que tem implicações no internamento, limitado na ocupação e funcionamento, e nas terapias, que deixaram de poder ser intensivas ou adequadas às necessidades dos utentes ou de ser alargadas a novos utentes. Por outro lado, a inexistência de materiais de consumo básico "é ridícula", frisa o mesmo comunicado, onde "há tratamentos e terapias que não se podem fazer porque faltam seringas, plásticos ou as pilhas requeridas. E, quanto às ajudas técnicas (próteses, cadeiras de rodas, etc.), necessárias, e muitas vezes imprescindíveis, à independência funcional e melhoria da qualidade de vida dos deficientes, não têm tido a resposta adequada, sendo que a demora nas entregas ultrapassa já um ano e meio".
 
Para o Movimento esta realidade deve-se "fundamentalmente" a duas razões: a dotação orçamental insuficiente, agravada pela retenção financeira nas fontes, e os critérios políticos na nomeação dos cargos dirigentes do Serviço Nacional de Saúde, incluindo os do CHUA e do CMR Sul.