O Movimento Stop 5G Algarve preocupado com o potencial aumento da poluição eletromagnética artificial; com o aumento da exposição média aos campos eletromagnéticos artificiais de novas antenas de telecomunicações; e com os efeitos biológicos associados a esta exposição, informou que vai realizar uma ação de informação com o nome “Não fiques no sofá!” junto dos cidadãos algarvios, no próximo sábado, dia 30 de maio, e no sábado seguinte, dia 6 de junho, das 10h00 às 13h00 e das 15h00 às 18h00.
A ação terá lugar em Alcoutim, Castro Marim, Vila Real de Santo António, Tavira, Olhão, São Brás de Alportel, Faro, Loulé, Quarteira, Albufeira, Lagoa, Silves, Portimão, Lagos, Monchique, Vila do Bispo e Aljezur.
Os dinamizadores da iniciativa, organizados em pequenos grupos de três pessoas e usando máscaras de proteção, irão partilhar panfletos informativos junto dos cidadãos, no sentido de sensibilizar a população algarvia sobre os efeitos nefastos das radiações eletromagnéticas artificiais do 5G.
O Movimento Stop 5G Algarve informa ainda que, no âmbito das suas ações, redigiu e encaminhou múltiplas cartas a diversas entidades de responsabilidade pública, especificamente, à Autoridade Nacional das Comunicações (ANACOM), aos Municípios do Algarve e respetivos Presidentes de Câmara, e a vários estabelecimentos de ensino e educação da região. O objetivo, "consistiu, por um lado, em informar e alertar os responsáveis públicos sobre os efeitos negativos do aumento significativo da poluição eletromagnética artificial e do 5G; e por outro, pedir esclarecimentos e documentação sobre o processo que envolve a instalação do 5G".
Em relação às cartas dirigidas aos responsáveis dos estabelecimentos de ensino e educação, o Movimento alerta "que a exposição da radiação eletromagnética artificial e os efeitos biológicos associados ganha uma nova dimensão na Escola". A contaminação da Escola com 4G/5G, sob qualquer das formas de routers e Wi-Fi, "tem impacto danoso na saúde ou integridade física dos alunos", seja a curto, médio e longo prazo, ainda que os sintomas possam ser gerais e difusos durante muito tempo. De acordo com o Stop 5G Algarve, "os riscos e prejuízos de índole pessoal e material que acarretam estão por calcular com precisão, o que se sabe desde já, fundamentado pela investigação científica dos últimos 70 anos, justifica o alarme público a nível internacional que tem vindo a ser lançado incansavelmente por investigadores independentes".
Neste sentido, refere que o estado Francês decretou em 2015 o fim das redes Wi-fi nas creches/berçários e restringiu também o uso nas escolas primárias apenas para o período de ensino educativo digital. Também Itália, Suíça e Israel estabeleceram limites da exposição mais reduzidos nas escolas, assim como algumas escolas no Canadá e Inglaterra. Em causa está o facto de muitos estudos considerarem que durante a gravidez, ou em crianças até aos sete anos, existir uma maior exposição aos eventuais efeitos nocivos das radiações sobre o cérebro e sobre a medula óssea, porque os tecidos que envolvem estes órgãos (a pele e o osso) estão mais permeáveis.
Relativamente à carta redigida à ANACOM, o Movimento, solicitou informação sobre as características e protocolos associados aos postes de luminárias que contêm antenas para cobertura de rede móvel em Portugal Continental e Ilhas.
Nas cartas enviadas aos presidentes dos municípios algarvios foi pedido uma tomada de posição pública relativamente à aprovação e reprovação da implantação da tecnologia 5G nos respetivos concelhos. Foram igualmente pedidos eventuais documentos referentes a contratos municipais com empresas de telecomunicações, assim como com empresas de infraestruturas para luminárias, telecomunicações, sistemas IoT ou suportados em comunicações sem fios.
O Movimento reitera que não é preciso mais nenhuma forma de poluição electromagnética para suprir necessidades digitais, e que tal como se confirmou, a tecnologia atual, "já ela causadora de danos", é suficiente para garantir quaisquer fins que neste âmbito se justifiquem realmente necessários.
Pretende também que não haja implantação da tecnologia 5G no Algarve e no país e tenciona proporcionar uma maior conscientização da sociedade civil em torno deste tipo de poluição "que, embora não sendo visível aos nossos olhos, tem efeitos muito significativos e impactantes na Saúde Pública e no Ambiente", reitera. O Movimento Stop 5G Algarve espera que a problemática do 5G, até agora desconhecida de muitos cidadãos, possa ser mais discutida e compreendida pela população em geral.
Emídio Santos