Sociedade

Mulher com carrinho de bebé interpelada pela PSP em manifestação

Rua de Stº António por onde passou a manifestação
Rua de Stº António por onde passou a manifestação  
A Rede 8M Algarve, diz que no passado dia 8 de março, em Faro, a PSP tentou impedir uma mãe de participar na marcha pelos direitos das mulheres, por se encontrar com o carrinho de bebé.

Segundo a entidade, dois agentes da polícia dirigiram-se ao grupo de manifestantes para confirmar o trajeto da marcha, no entanto, ao verem chegar uma mãe com o seu bebé no carrinho, um dos agentes perguntou se ia participar na marcha, pelo que ao responder que sim, o agente disse-lhe que iria pôr a criança em risco.
 
Depois de questionado por outras manifestantes, a Rede 8M Algarve diz que o agente respondeu «num tom claramente intimidatório, que se ela avançasse para a marcha com a criança, teria de a identificar», alegando que estaria em causa a capacidade da mãe de cuidar da criança, referindo que estava a chover, «apesar da criança estar bem protegida da chuva, pelo carrinho e por mantas», lê-se no comunicado enviado à imprensa.
 
Mesmo com a insistência das restantes manifestantes para que a mãe pudesse participar na marcha, foram informadas por parte dos agentes de que teria de se demarcar da manifestação ou ser identificada, «chegando mesmo a dizer que iriam reportar a situação à CPCJ».
 
Perante os protestos, os agentes informaram que a manifestação só avançava "quando nós (PSP) dermos ordem para isso", informando que iriam falar com os seus superiores. A Rede 8M Algarve refere que depois de uma conversa com a comissária da PSP, foi referenciada a lei de proteção de menores. Apesar do impasse que a situação gerou, a marcha prosseguiu com a mãe e a criança.
 
No final da marcha, e já quando a manifestante se dirigiu ao seu carro para se ir embora, a mesma fonte explica que o agente seguiu-a, «e confirmou que iria usar a foto da matrícula para fazer o "auto" da situação e para a identificar». 
 
Para a Rede 8M Algarve, «esta mãe foi intimidada e questionaram a sua capacidade de cuidar da sua criança. Quiseram impedi-la de exercer o seu direito a manifestar-se. Não podemos ficar caladas».