Sociedade

Município de VRSA lança programa que visa proteger colónias de gatos

Foto - CM VRSA
Foto - CM VRSA  
A Câmara Municipal de Vila Real de Santo António lançou o Programa KAHU, um programa de bem-estar animal que visa o controlo das colónias de gatos errantes no concelho, através de práticas humanizadas de esterilização, abrigo e alimentação supervisionada.

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Com este projeto, o Município diz dar resposta a uma preocupação crescente da população, "promovendo a qualidade de vida dos animais, ao mesmo tempo que assegura a saúde pública, o equilíbrio do ecossistema urbano e a convivência harmoniosa entre pessoas e animais".

O nome do programa, KAHU, tem origem havaiana e significa guardião ou cuidador – "uma designação simbólica para o papel que a comunidade e o Município assumem neste processo: cuidar de seres vivos que, embora sem dono, fazem parte da paisagem urbana e merecem proteção e dignidade", explica a autarquia num comunicado. 

Lembra ainda que no meio urbano, os gatos errantes tendem a agrupar-se em colónias e, quando estas são controladas e saudáveis, "desempenham um papel essencial no controlo natural de pragas, como ratos ou baratas, contribuindo para o respeito pela biodiversidade e não representando risco sanitário".

A estratégia municipal assenta no método CED (Captura – Esterilização – Devolução), previsto na Portaria n.º 146/2017, onde os gatos são capturados, esterilizados, desparasitados, identificados com microchip e com um pequeno corte na orelha esquerda (sinal visual internacional de esterilização) e devolvidos ao seu local de origem. A partir daí, passam a ser alimentados, monitorizados e protegidos por um cuidador reconhecido pelo Município.

Cada colónia será devidamente sinalizada e equipada com abrigos normalizados, adquiridos pela autarquia e colocados em locais resguardados, afastados de parques públicos ou zonas sensíveis do ponto de vista ambiental, garantindo que não interferem com o habitat natural de outras espécies, ressalva o comunicado.

Estes abrigos incluem pontos de alimentação controlada, colocados estrategicamente para não atrair pragas nem comprometer a salubridade dos espaços públicos. A alimentação deve ser feita exclusivamente com ração seca e água limpa, sendo proibido o uso de restos alimentares. Os equipamentos estarão acompanhados por painéis informativos com regras claras, apelando ao civismo e à colaboração da população.

Para o sucesso do programa, a autarquia espera contar com o envolvimento da comunidade, acontecendo durante a sua preparação, onde houve a participação de cuidadores locais, "que contribuíram para a definição das melhores práticas e soluções", lê-se ainda.

Atualmente, a Câmara informa que já existe uma rede organizada de cuidadores, responsável por zelar pelas colónias e pelos abrigos, garantindo a vigilância diária e a alimentação dos animais.

Os primeiros abrigos já foram instalados em todas as freguesias do concelho.