Apenas 19 dos 308 municípios portugueses, nenhuns no Algarve, têm uma estrutura de auditoria interna operativa, de acordo com um estudo divulgado hoje, em Loures, no primeiro Fórum de Auditoria Interna das Autarquias Locais.
De acordo com António Ferrador, da divisão de Auditoria e Controlo de Gestão da Câmara Municipal de Loures, 74 dos 308 municípios portugueses (24%) dispõem de uma estrutura de auditoria interna ou de natureza afim, mas destes apenas 19 (6% do total) têm estas estruturas operacionais.
No estudo “Um breve retrato da Auditoria Interna em Portugal”, o especialista concluiu também que, dos 18 municípios da Área Metropolitana de Lisboa, cinco (Amadora, Azambuja, Mafra, Alcochete e Montijo) não têm estruturas de auditoria interna operacionais.
No caso da Área Metropolitana do Porto, o trabalho concluiu que existem dez municípios sem estruturas de auditoria interna operacional (Arouca, Espinho, Santa Maria da Feira, Vale de Cambra, Gondomar, Maia, Paredes, Póvoa de Varzim, Santo Tirso, Vila do Conde), contra sete que dispõem destas estruturas ativas.
Para além disso, a investigação revelou que seis das 18 capitais de distrito do país (33%) não dispõem destas estruturas em funcionamento: Beja, Braga, Castelo Branco, Faro, Guarda e Viana do Castelo.
De acordo com o documento, o distrito onde, proporcionalmente, existem mais municípios com estruturas de auditoria interna ativas é Lisboa (59 %). No distrito de Setúbal, que se segue, esta percentagem é de 54%.
O distrito onde, proporcionalmente, existem menos municípios com estruturas de auditoria interna operacionais é Faro (0%). No distrito da Guarda, que se segue, esta percentagem é de 7%. O estudo não obteve dados referentes à Região Autónoma dos Açores para avaliar este parâmetro.
O estudo mostra ainda que 20% das estruturas de auditoria interna operacionais funcionam em municípios com menos de 25 mil habitantes. Cerca de 14% destas estruturas funcionam em municípios que têm entre 50 mil e 100 mil habitantes, 4% funcionam em municípios com entre 200 mil e 400 mil habitantes e 1% funcionam em municípios com um número de habitantes igual ou superior a 500 mil.
O documento mostra também que 16% dos municípios onde existem estruturas de auditoria interna operacionais têm entre 100 e 250 trabalhadores. Cerca de 13% existem em municípios que têm entre 250 e 500 trabalhadores, 2% existem em municípios com menos de 100 trabalhadores e 3% em municípios com mais de 2 500 trabalhadores.
A auditoria interna, lembrou António Ferrador, “é um elemento de salvaguarda e garantia de conformidade, fiabilidade e rigor” e um contributo para a “racionalização e otimização da gestão municipal, seja em termos orçamentais e financeiros, seja na prestação de serviços públicos de qualidade”.