No próximo dia 27 de outubro, Dia da Cidade, o Município de Lagos vai reabrir ao público o Museu de Lagos Dr. José Formosinho, após o seu encerramento em setembro de 2017 para obras de remodelação. A operação foi efetuada no âmbito do Programa Operacional CRESC Algarve 2020, numa candidatura com um investimento total no valor de 3.421.845.49 euros, beneficiando de um financiamento de 60% do FEDER.
Em comunicado, a autarquia fala que a intervenção agora concluída, permitiu uma nova programação dos conteúdos, a conservação e restauro do acervo e uma valorização da coleção exposta, exibida ao público em ambientes museográficos de acordo com conceitos atuais mas com o máximo respeito pelas ideias originais do patrono e fundador do Museu, Dr. José Formosinho (1888-1960), que promoveu junto da Câmara Municipal de Lagos, a constituição, em 1930, de um museu regional.
No mesmo edifício onde se instalou há quase um século atrás, o museu reabre agora com melhoramentos substanciais no imóvel e com uma exposição de longa duração onde se exibe um importante conjunto de peças correspondentes ao período posterior a 1460 (ano da morte do Infante D. Henrique) e que vai até ao fim da Guerra Peninsular, conflito bélico cujos cenários de operações se destacou o Regimento de Infantaria n.º 2, de Lagos, e onde a Irmandade religiosa pertenceu à Igreja de Santo António, Monumento Nacional barroco que integra o percurso do Museu e que beneficiou agora de uma nova iluminação que valoriza a talha dourada, as pinturas em tela, o teto pintado em perspetiva e a imagem do Santo Patrono da Irmandade.
Segundo o mesmo documento, no interior do Museu, algumas peças notáveis do seu acervo ganham agora o merecido destaque e contextualização histórica e artística por meio de textos acessíveis, grafismos e aplicações multimédia.
Expostas estarão também coleções especiais, constituídas pelo fundador do Museu e enriquecidas por inúmeras doações das gentes de Lagos, nomeadamente uma secção de pintura Naturalista dos séculos XIX e XX e uma secção dedicada às chamadas indústrias artesanais ou caseiras, "com um notável conjunto de objetos, resultado de saberes transmitidos usualmente no seio da família mas que foram também alvo de inovação no ensino formal entre a I República e o Estado Novo".
Na sequência das obras de remodelação, agora concluídas, terá muito em breve início a empreitada de ampliação do Museu de Lagos Dr. José Formosinho para o edifício fronteiro onde funcionou a antiga esquadra da PSP, onde serão instaladas as coleções correspondentes ao período que vai até 1460, de caráter predominantemente arqueológico.