Chegou a altura de enaltecer uma figura notável do Algarve que muito tem contribuído para fazer chegar mais longe os talentos, os saberes e os acontecimentos regionais. Trata-se de Neto Gomes, jornalista, escritor e comunicador de excelência.
Natural de Vila real de Santo António, Neto Gomes nasceu a 27 de Outubro de 1944. Jornalista há mais de quarenta anos, exerceu várias actividades ligadas ao sector do turismo e do desporto, sendo também de salientar a sua actividade enquanto escritor.
Ao longo do seu percurso, foi Presidente do GEA – Grupo de Estudos Algarvios, com sede em Lagos, da AJAID – Associação dos Jornalistas Algarvios da Imprensa Desportiva e foi Director do CNID – Clube Nacional da Imprensa Desportiva.
Foi Chefe de Gabinete de Imprensa das Câmaras Municipais de Lagoa, Loulé e Vila Real de Santo António.
Nos últimos anos tem vindo a realizar importantes trabalhos na área da investigação com decisivos contributos para a História Local.
Neto Gomes tem publicadas várias obras de elevado interesse e que merecem ser destacadas neste espaço de homenagem, são elas: “Escutem” (Poesia, 1973, edição de autor), “Bancadas Vazias”, 1993, edição de autor), “Congresso de Almancil” (2002, edição Junta Freguesia de Almancil), “Pelo Mar Adentro Alimentando o Fumo das Fábricas” (história local, edição do Autor/Câmara Municipal de Vila Real Santo António, 2005), “Biografia de Joaquim Apolo” (2007, edição da Câmara Municipal de Loulé), “Biografia de Manuel Caldeira” (2008, edição da Câmara Municipal de Vila Real Santo António), “Zé Aranha – A Sabedoria das Palavras” (história Local, 2009, edição Câmara Municipal de Vila Real de Santo António), “Governo Civil de Faro 175 Anos de História” (2009, edição Governo Civil de Faro) e “Hospital de Faro 30 Anos de História Uma Vida de Afectos” (2010, edição Hospital de Faro, EPE.).
É coautor de “25 Anos do Clube de Ténis de Loulé” (2007, edição Clube Ténis de Loulé) e “Algarve 1910–2010, 100 Anos de República, 100 Personalidades” (2010, edição Governo Civil de Faro).
Mais recentemente, Neto Gomes publicou uma obra que, certamente será um contributo para aprofundar o conhecimento relativamente ao ciclismo louletano.
Com o título: “Vencendo a Estrada, tendo Loulé como Bandeira”, esta publicação contou com o apoio da Câmara Municipal de Loulé.
Segundo o autor, trata-se de uma “História longa, mas apetecida, que é a razão da força e do prestígio de um Concelho que se elevou, com ajuda, a capacidade e a paixão dos seus ciclistas, que através da forma, coragem e determinação humana, foram motores e alavancas para o conhecimento e desenvolvimento do Concelho de Loulé e do próprio Algarve”.
Nesta obra, o conhecido e reconhecido speaker da Volta a Portugal narra os acontecimentos marcantes da história do ciclismo do Concelho de Loulé, e em parte também de Portugal, num período de 75 anos (1933-2008), tendo como ponto de partida o ano de 1933, data em que pela primeira vez dois ciclistas nascidos no Concelho de Loulé participaram na Volta a Portugal em Bicicleta: Francisco de Brito, vindo de França, e vestindo as cores do Louletano, e Ildefonso Rodrigues, equipado com as cores do Sport Lisboa e Faro.
Mas este livro não se limita a corredores louletanos, mas a todos aqueles que, nascidos ou não no Concelho, participaram na Volta a Portugal em representação de equipas de Loulé e outros corredores nascidos neste Município, mas que representando outros clubes, também participaram na Volta.
No entanto, apesar desta baliza temporal, Neto Gomes foi mais longe na sua pesquisa e nesta obra remete-nos também ao século XIX, quando há as primeiras referências na imprensa sobre a modalidade em terras louletanas. “’O Algarvio’, datado de 31 de julho de 1892, dá conta que passaram por Loulé, vindos de Faro, dois ciclistas, que aqui ficaram algumas horas a descansar, numa passagem que foi muito apreciada pela população, que com grande curiosidade, só deixou os ciclistas, quando estes partiram em direção a Lagoa e Lagos”.
Na posição do autor, “Vencendo a Estrada, tendo Loulé como Bandeira” é também uma homenagem aos rostos que fizeram a história – Francisco Brito, Ildefonso Rodrigues, Cássio Freitas, Cabrita Mealha, Joaquim Apolo, Vítor Tenazinha, Manuel Barros, Valério Clara, Manuel Perna Coelho, Casimiro Cabrita, Inácio Ramos, Leonel Tomás, Luís Vargues, Paulino Moreira, Raul Fachadas, Marco Chagas, Serafim Vieira ou Cayn Theakston.
É de salientar que, só a experiência do autor no campo da investigação e o seu próprio conhecimento da modalidade, a que se acrescentou o diálogo com antigos corredores e dirigentes, permitiram concretizar esta obra que será uma mais-valia para a história local e do desporto português.
