Economia

No Algarve 1 em cada 2 trabalhadores tem vínculo precário - Sindicato

 
No âmbito da Semana Contra a Precariedade, promovida pela CGTP-IN, o Sindicato da Hotelaria do Algarve andou a distribuir panfletos nos locais de trabalho e a falar com trabalhadores.

 
O objetivo da ação passou por sensibilizar os trabalhadores «para as graves consequências que esta chaga nacional está a provocar na vida de milhares de famílias, particularmente no Algarve que é região campeã nacional do trabalho com vínculos precários, onde cerca de 1 em cada 2 trabalhadores tem um vínculo precário».
 
No setor da hotelaria, restauração e similares, os sindicalistas dizem que a situação «é ainda mais grave, onde cerca de 60% dos trabalhadores são contratados com vínculos precários».
 
Em comunicado, o sindicato diz ser «completamente inaceitável que, mesmo em época baixa, centenas ou milhares de trabalhadores estejam neste momento a trabalhar nas unidades hoteleiras com contratos temporários».
 
Outro aspeto tem a ver com a situação verificada nas cantinas, refeitórios e bares das escolas e hospitais algarvios, «com centenas de trabalhadores com vínculos precários, sujeitos às mais brutais condições de trabalho, desrespeitando as mais elementares regras de protecção da saúde e segurança no trabalho, infligindo aos trabalhadores graves problemas de saúde psíquicos e físicos».
 
Os sindicalistas culpam o Governo «por não tomar medidas de combate as estes flagelos, piorando ainda mais os problemas com as recentes alterações à legislação laboral».
 
Com o alargamento da duração dos contratos de curta duração de 15 para 35 dias e o alargamento do período experimental dos 90 para os 180 dias, temem «o que vai acontecer, principalmente no Algarve onde os principais setores de atividade são o turismo e o comércio. Com esta medida os patrões passaram a poder contratar um trabalhador em qualquer altura do ano e despedi-lo passados 179 dias depois sem qualquer justificação nem indemnização, e em alguns casos nem direito a apoios sociais vão ter por não terem cumprido os tempos de trabalhado necessários para terem direito a esses apoios.»