Desporto

Novo clube de andebol em Olhão quer mais meninas a praticar a modalidade

 
O Andebol Clube de Olhão, recentemente formado para dar nova expressão à modalidade no concelho, pretende apostar na captação de atletas do sexo feminino, como resposta à lacuna existente no andebol feminino a nível regional e até nacional.

 
«O andebol é visto como um desporto masculino, pois há muito contacto físico, que não é tão habitual ver nas meninas», refere Marcelo Marreiros, presidente do clube, justificando a «aposta reduzida» dos clubes nas equipas femininas.
 
Os responsáveis do clube olhanense traçaram como meta, a curto prazo, ter uma equipa exclusivamente feminina. Para já, contam com duas jogadoras, Carolina e Catarina, irmãs de oito anos.
 
Esta aposta no andebol feminino é apoiada pela Associação de Andebol do Algarve, como forma de encorajar as meninas a praticarem desporto. João Estrela, presidente da entidade responsável por promover a modalidade nos distritos de Faro e de Beja, refere os números do excesso de peso infantil em Portugal, que se situa nos 29,6% (dados de 2019 do Ministério da Saúde).
 
«A prevenção deste problema passa também pela prática desportiva e o andebol, ao nível do primeiro ciclo de escolaridade, é melhor do que qualquer outra modalidade, porque está mais em linha com o desenvolvimento motor das crianças nessa fase», esclarece o responsável pela Associação de Andebol do Algarve.
 
Fundado no início de 2019 e com treinos a decorrer desde setembro, o Andebol Clube de Olhão veio unificar a prática do andebol em Olhão, uma vez que a formação estava nas mãos de uma associação desportiva mais orientada para o futebol e a equipa de veteranos (mais de 35 anos) inserida no Centro de Cultura e Desporto dos funcionários da autarquia olhanense, sem vocação para o desporto federado.
 
«O andebol estava a desaparecer do concelho de Olhão», garante João Estrela, sendo que, atualmente, o Andebol Clube de Olhão é o único clube algarvio a disputar o Campeonato Nacional de Veteranos de Andebol. O presidente da Associação de Andebol do Algarve lembra que Olhão chegou, na década de 2000, a ter mais de 200 atletas federados, masculinos e femininos, e a acolher o Torneio Internacional de Andebol de sub-19.
 
Para já, o Andebol Clube de Olhão conta com cerca de 20 praticantes nas camadas de formação, distribuídos por duas equipas, que treinam duas vezes por semana, ao final da tarde: infantis (sub-12) e outra com crianças com menos de 10 anos de idade. Para o presidente do clube, a realização seria terem todos os escalões preenchidos no espaço de cinco a seis anos.
 
«Isso significaria que haveria continuidade do projeto e mais pessoas a quererem ajudar-nos. Somos poucos para acudir a tudo o que é preciso fazer», diz Marcelo Marreiros.
 
Além de mais atletas, o clube está recetivo a receber voluntários, de preferência professores de Educação Física, que façam a promoção da modalidade junto das crianças do concelho. Para este trabalho espera também a abertura dos agrupamentos escolares e a colaboração das autarquias - Câmara Municipal de Olhão e Juntas de Freguesia de Olhão, Quelfes e Pechão.
 
Outro elemento imprescindível é o apoio financeiro de patrocinadores.