Sociedade

Novo Coronavírus:como falar sobre o assunto às crianças

Com toda a informação em nosso redor e a crescente preocupação dos pais sobre o assunto, é natural que as crianças se sintam mais ansiosas e assustadas no que se refere ao tema da atualidade: ao novo Coronavírus que está a causar instabilidade um pouco por todo o mundo.

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Para saber a melhor forma de explicar às crianças o que se passa e de as tranquilizar ao mesmo tempo, recorremos aos conselhos deixados por especialistas na BBC e que podem ser úteis em qualquer lugar e para todos os pais.
 
Em primeiro lugar, devemos ter em conta que, a serenidade dos pais neste momento de instabilidade, assume uma maior importância, na medida em que, as crianças mais pequenas precisam muito do apoio e proteção dos pais para que elas também se sintam mais seguras. Neste ponto, é fundamental que os pais procurem manter a calma para que a possam igualmente transmitir aos seus filhos, mas que não descurem a importância de estarem prevenidos face ao problema.
 
A forma mais simples e correta de abordar o assunto com as crianças, sobretudo as mais pequenas, é adequar o discurso à idade, pelo que ensinar os hábitos de higiene facilita logo todo o processo, já que as crianças costumam partilhar objetos, comidas e bebidas com os colegas e devem deixar de fazê-lo, tal como aprender a lavar regularmente as mãos.
 
A BBC sugere que, a tranquilidade no ambiente familiar é o melhor recurso para enfrentar esta fase de surto de Covid-19.
 
Citada pela mesma fonte, a médica de família Punam Krishan, que tem um filho de 6 anos, disse que o ideal é tratar de amenizar a ansiedade. "Diga que é um vírus, e que acontece o mesmo quando a criança fica constipada, com diarreia ou com vómitos”.
 
A mesma especialista acredita que os pais devem ter "uma conversa realmente aberta, franca e honesta". "É o que tenho feito com o meu filho e tenho incentivado outros pais que me procuram a fazer".
 
O psicólogo infantil Richard Woolfson diz que a maneira correta de conversar com as crianças sobre grandes problemas como o coronavírus depende da sua idade. “As crianças mais jovens, em geral de sete, seis anos, provavelmente estão agitadas com tudo o que ouvem ao seu redor e estão atentas à forma como os pais falam sobre o assunto”, o que pode “ser bastante assustador”.
 
Neste sentido, é importante tranquilizar os mais novos, dizer que se trata de uma constipação ou de uma gripe, como for mais fácil para a criança compreender e que, tudo vai ficar bem.
 
Segundo o mesmo psicólogo, os pais devem dizer que, muitas pessoas vão ter o vírus, que “a nossa família também o pode ter, mas que vamos ficar todos bem”, pois isso vai acabar por passar e volta tudo ao normal.
 
Na mesma sequência de firmeza e de assertividade, os pais devem mostrar que estão seguros e que acreditam realmente que tudo vai ficar bem para todos.
 
Outra forma de garantir a tranquilidade, é mostrar que se tem o controle sobre a situação e, tal consegue-se, segundo o mesmo especialista, fazendo algo pela nossa segurança como sendo lavar regularmente as mãos e ensinar as crianças a ter os mesmos cuidados diários.
 
Woolfson admite ainda que, apesar de ninguém ter a garantia de nada, é importante passar essa mensagem positiva aos mais novos, isto porque, “não se trata apenas de tranquilizar as crianças, mas de empoderá-las".
 
Ao darmos as orientações para que as crianças tenham os seus próprios cuidados, estamos a dar-lhes algo que podem fazer para se protegerem e, de certa forma, ajuda-as a ter algum controle sobre a situação.
 
Com as crianças mais crescidas, já se pode ir um pouco mais além e pedir para evitar estar muito perto dos colegas, não partilhar objetos, assoar o nariz e deitar o lenço logo para o balde do lixo, tossir e espirrar para o próprio cotovelo, para além de lavar frequentemente as mãos com sabão.
 
O facto de as crianças poderem fazer algo para se protegerem, ajuda-as a controlar a ansiedade, a reduzir o medo e a se posicionarem da melhor forma na situação. Essa sensação de que podem fazer algo de positivo para se protegerem e para ajudarem também a família, acaba por ser a base de todo o processo e a melhor forma de lidar com o vírus e com esta fase de maior instabilidade. Mostrar que é muito importante prevenir é igualmente um suporte muito importante para todos.