A cerimónia foi pontuada por alguns momentos musicais interpretados por três jovens: Marta Alves, o pianista Nuno Lucas e o violinista José Nuno Matias, acompanhado ao piano pela professora Elena Tsouranova, estas duas últimas atuações, numa cortesia da Academia de Música de Lagos.
Depois da instalação da Câmara Municipal, tomou a palavra o Presidente da Assembleia Municipal cessante, Paulo Morgado, que começou a sua intervenção cumprimentando todos os presentes, em especial os candidatos eleitos para os Órgãos Autárquicos Municipais de Lagos, desejando que os mesmos “possam exercer este mandato imbuídos de espírito positivo, uma vez que é disso que precisamos nesta altura”. Deixou igualmente um agradecimento ao antigo executivo municipal liderado por Júlio Barroso, relembrando que o mesmo cumpriu os seus mandatos “sempre demonstrando muito amor a Lagos”.
Dirigindo-se ao novo executivo, Paulo Morgado propôs cinco desafios para o futuro. Um primeiro – a “Felicidade” – em que defendeu que “tanto os governantes do país como os autarcas devem tornar mais felizes aqueles que servem, trabalhando em prol da qualidade de vida, da saúde e do emprego. Aqui, é preciso tornar os lacobrigenses mais felizes”, afirmou.
O segundo desafio é referente ao “Respeito pelo Ambiente”, sendo que será necessário, segundo o presidente cessante da AM, “continuar a respeitar os animais e as plantas dos quais inevitavelmente tiramos a nossa subsistência”.
O terceiro prende-se com a “Posteridade” referindo, a propósito, “o fardo enorme que se carrega atualmente e que se chama endividamento”, reforçando que “ainda que não seja um problema só nosso, urge resolver”.
Paulo Morgado declarou que, “a posteridade tem também outras vertentes subjacentes, como por exemplo a emigração, à qual não se pode ficar indiferente”.
Em quarto lugar, aparece o desafio da “Justiça e Equidade”, realçando neste ponto que, nos últimos anos, tem-se assistido a um cenário que “não é o desejável, ou seja, as classes e os países mais ricos ficam mais ricos e as classes e os países mais pobres têm ficado ainda mais pobres”.
Para o Presidente da Assembleia Municipal é importante “que se tente contrariar este sentido de justiça, pugnando pela justiça e equidade”.
Por último, deixou ao novo executivo o desafio da “Confiança”. A este propósito afirmou que “é fácil de constatar que os cidadãos perderam a confiança nos políticos e essa confiança tem de ser recuperada e restabelecida”, uma vez que acredita que esta situação “mina a sociedade e a economia”. Para Paulo Morgado a resposta a este desafio passa, principalmente, pela “construção de uma política com transparência em todas as decisões políticas e uma boa governação, em proximidade com todos”.
Depois desta intervenção foi a vez da Presidente da Câmara Municipal de Lagos, Joaquina Matos, voltar ao palco para as suas primeiras palavras como responsável pelos destinos do município.
A autarca lembrou que nestes últimos anos e mandatos “o município atraiu novos residentes (de acordo com os dados dos últimos censos passámos de 25 mil para 31 mil), ganhou dinâmica empresarial, reforçou a qualidade ambiental, a coesão social e o ordenamento do território. Foi o ciclo governativo a nível nacional, regional e local, da realização das grandes obras materiais.
Ficam os equipamentos, as escolas, o complexo desportivo, o novo edifício da câmara, parques de estacionamento, as melhorias em todas as freguesias.
Obras que o tempo fará justiça e demonstrará o muito trabalho feito” realçou.
Como áreas prioritárias do novo executivo apontou o trabalho na área da intervenção social, com o reforço da Rede Social Concelhia dando-lhe, se assim for entendido, “uma dimensão intermunicipal para ganhar escala e poder proporcionar respostas ainda mais completas no apoio às crescentes situações de empobrecimento, aos problemas da infância e da juventude, à vulnerabilidade com que vivem muitos idosos, pobres e doentes, num espírito de coesão e justiça social que precisamos muito de alcançar”.
Joaquina Matos deixou ainda a certeza de que pugnará “por um município de diálogo, de participação democrática, na procura de consensos e acordos alargados (….). Um poder local de proximidade, de cooperação, de fomento da cidadania participativa. Tal como a ética, também a política do diálogo não se ensina. Partilha-se. Exerce-se.”, declarou a autarca.
Também fez referência ao apoio que o executivo pretende prestar aos investidores, aos pequenos e médios empresários e a todos os que nas diferentes áreas da economia pretendem desenvolver os seus projetos e empresas, assumindo “o papel de facilitadores, de ajudar a abrir caminhos e, de acordo com as normas em vigor, ajudar os que continuam a apostar na força do trabalho e nas potencialidades da nossa terra (…)”.
Falando de outras questões que o executivo terá em conta durante o mandato para que foi eleito, nomeadamente a requalificação da Ponte D. Maria, a reabilitação do Centro Histórico, o apoio ao associativismo desportivo, a manutenção da segurança e um município cuidado, ordenado e limpo, Joaquina Matos mostrou-se convicta “que apesar das dificuldades e das incertezas dos tempos que estamos a viver, Lagos será ainda melhor para viver, trabalhar e visitar daqui a 4 anos, ocupando o lugar de referência no Barlavento que tanto merece”.
A terminar, a Presidente da Câmara de Lagos deixou a resposta a dúvidas que surgiram, durante a campanha eleitoral, no que diz respeito ao seu mandato. Joaquina Matos reafirmou perante todos que “Eu fico! Para cumprir até ao fim o mandato a que me propus e para o qual fui eleita. (…) Sairei se morrer, mas estou fortemente determinada a andar por cá. Por mim o céu pode esperar.”
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