Sociedade

Novo fundeadouro da Ilha da Culatra para 57 embarcações instalado até junho

 
O novo fundeadouro da Ilha da Culatra, com capacidade para 57 embarcações de recreio até 18 metros, deverá estar instalado em junho, revelou hoje à Lusa fonte ligada ao projeto.

“É previsível que possamos ter no início de junho a obra já concluída”, disse Jorge Gonçalves, do Centro de Ciências do Mar (CCMAR) da Universidade do Algarve (UAlg), entidade parceira no projeto.
 
Segundo o investigador, está a decorrer a “fase de apresentação de propostas ao concurso e em seguida será escolhida a empresa” que irá instalar os 57 pontos de amarração (poitas) para 46 embarcações até 12 metros e 11 até 18 metros.
 
O projeto, orçado em 500 mil euros, foi desenvolvido em parceria com o CCMAR e o Fundo Ambiental, sendo a gestão do fundeadouro entregue depois à Associação dos Amigos da Culatra, uma das cinco ilhas-barreira da Ria Formosa.
 
O protocolo para o financiamento dos estudos e implementação da estrutura foi assinado em dezembro passado na sede da Associação de Moradores da Ilha da Culatra, com a presença do secretário de Estado da Conservação da Natureza e Florestas do anterior Governo.
 
O Instituto Nacional da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) está a mediar a instalação do fundeadouro, no âmbito de um projeto mais vasto para ordenar a náutica de recreio na Ria Formosa que prevê a instalação de mais seis estruturas idênticas.
 
Em declarações à Lusa em dezembro passado, o diretor regional da Conservação da Natureza e Florestas do Algarve, Joaquim Castelão Rodrigues, referiu que o objetivo é ordenar a ancoragem da náutica de recreio, de forma a preservar a zona lagunar.
 
“Sendo uma zona muito procurada durante o verão pela náutica de recreio, as manobras de ancoragem das embarcações causam impactos nos habitats, nomeadamente nas pradarias marinhas” apontou o dirigente.
 
Segundo o ICNF, o fundeadouro da ilha da Culatra é um dos 44 georreferenciados em 2009 no Plano do Parque Natural da Ria Formosa, cuja gestão e avaliação da capacidade de carga da ria cabe à Docapesca, à Agência Portuguesa do Ambiente e à Administração dos Portos de Sines e Algarve.
 
Castelão Rodrigues realçou que o ordenamento das embarcações de recreio “é mais uma das medidas implementadas pela gestão do parque para preservar uma zona de grande valor ecológico, científico e económico, nomeadamente a sua flora e fauna, incluindo as espécies migratórias e os respetivos habitats”.
 
Segundo aquele responsável, na zona da Culatra, já foram contabilizadas mais de 200 embarcações num só dia, resultando “numa carga muito grande para a biodiversidade do sistema lagunar”.
 
A Ria Formosa é um sistema lagunar de grandes dimensões que se estende desde o Ancão até à Manta Rota – abrangendo cinco concelhos algarvios: Loulé, Faro, Olhão, Tavira e Vila Real de Santo António.
 
O sistema lagunar inclui uma grande variedade de habitats, nomeadamente ilhas-barreira, barras de maré, sapais, bancos de areia e de vasa, dunas, salinas, lagoas de água doce e salobra, cursos de água, áreas agrícolas e matas.
 
Lusa