Política

O que pensa Francisco Serra sobre a abstenção nas Europeias?

 
O Algarve Primeiro falou com Francisco Serra, presidente da CCDR/Algarve, a propósito dos resultados da abstenção nas últimas eleições europeias realizadas no passado dia 26 de maio.

 
Recorde-se que, no último ato eleitoral, a abstenção a nível nacional situou-se nos 69,3%, e no Algarve o resultado foi acima, situando-se nos 73,1%.
 
Francisco Serra explicitou que, no último ano a CCDR, levou a cabo um conjunto de iniciativas que tiveram como base mostrar o papel da Europa aos mais variados níveis, elevando sobretudo a cooperação entre os seus estados-membros, o conhecimento que se partilha e também o aspeto financeiro que tem permitido a concretização de muitas obras no país e na região em particular.
 
«Penso que a informação existe e não é por falta dessa passagem da mensagem que as pessoas se mobilizam menos», no entanto, «quando temos muita informação isso também pode ter um efeito contrário porque os cidadãos não a conseguem direcionar e ter o seu foco de atenção», explicou.
 
Nesse sentido, «penso que temos de continuar a apostar na informação e de qualidade e, ao mesmo tempo, mobilizar os mais novos, como aliás temos feito, para que, no médio, longo prazo, possa surgir essa nova consciência da importância da Europa na vida das pessoas».
 
«É claro que se trata de um ato individual, pois cada pessoa toma a decisão de querer ou não votar. Nós enquanto responsáveis devemos trabalhar no sentido de criar essa motivação, mostrando o papel desta instituição supra nacional na melhoria da nossa qualidade de vida coletiva», aventou o responsável pela CCDR que tem a cargo a realização de iniciativas que façam a ligação entre a Europa e os cidadãos, «temos de fazer chegar essa noção de cooperação e mostrar que, cada pessoa tem direito à sua opinião, de decidir votar ou não votar, mas que se tem de valorizar o facto de estarmos ligados ao projeto europeu».
 
«É importante que se perceba que nós enquanto país também conseguiríamos fazer as coisas, mas que este suporte europeu abre-nos portas a novas oportunidades e num tempo apropriado», realçou Francisco Serra que diz-se empenhado em continuar a promover ações que à semelhança do que tem acontecido, despertem esse interesse nos mais variados públicos e que não se restrinjam só aos atos eleitorais, «essencialmente, temos de interessar os cidadãos pelas problemáticas da Europa e, estamos a desenvolver esse trabalho na população escolar nos vários níveis de ensino», confirmou.
 
Francisco Serra enfatizou ainda o papel da comunicação social na passagem da informação, o que permite mostrar à comunidade os investimentos que são feitos, seja no tecido empresarial, na criação de emprego ou na construção de infraestruturas. «Esse é um caminho que continua a ser de extrema importância e que vamos prosseguir, mas ao mesmo tempo, temos de mostrar aos cidadãos a importância de trabalharmos em conjunto por objetivos comuns, que é a tal cooperação que é preciso afirmar e reforçar».
 
Para terminar, o presidente da CCDR deu o exemplo que apresenta aos seus alunos da Universidade do Algarve enquanto professor, «trabalho na teoria de sistemas em que um sistema torna-se mais forte, quando a energia que importa, ou seja, aquilo que nós fazemos se transforma em valor acrescentado e produz resultados mais valiosos do que aqueles que foram empregues no início». Quer isto dizer que, «quando participamos os dois, a região ou o país, num esforço coletivo, com a liderança apropriada e com focos, somos capazes de atingir resultados melhores do que cada um de nós individualmente».