As obras no Porto da Baleeira (Sagres) previstas no programa Polis Litoral rondam os dois milhões de euros e são "importantíssimas" tanto para a pesca, como para o turismo, disse o presidente da Câmara de Vila do Bispo.
Em declarações à Lusa, Adelino Soares informou que a autarquia comparticipa a intervenção de requalificação com um apoio na ordem dos 250 mil euros.
"Esta é sem dúvida uma daquelas obras que não podemos deixar cair e vamos fazer de tudo para que ela se torne realidade o quanto antes", declarou.
O presidente de Câmara de Vila do Bispo classificou a intervenção no Porto da Baleeira como a "grande obra a nível do Polis Litoral" -- programa de requalificação urbanística e valorização ambiental - naquele concelho do barlavento algarvio.
"Queremos investir nesta obra, que vai trazer muito mais gente a Sagres e vai criar condições ao Porto da Baleeira, que tão visitado é por turistas e tão utilizado é pelos nossos pescadores e continua completamente desprezado", referiu.
A área de intervenção do Polis Litoral Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina contempla 9.500 hectares divididos entre os concelhos de Sines, Odemira, Aljezur e Vila do Bispo e o valor global de investimento é de 47 milhões de euros.
Obras do Polis Litoral arrancam no Martinhal e na Boca do Rio
Várias equipas iniciaram nos últimos dias as intervenções do Polis Litoral nas praias do Martinhal e da Boca do Rio, em Vila do Bispo, estimando-se que em março próximo estejam concluídas.
“Vamos tornar esta zona ainda mais aprazível do que já é neste momento”, disse à agência Lusa o presidente do conselho de administração da Sociedade Polis Litoral Sudoeste, André Matoso, enquanto observava o arranque da obra de reordenamento e valorização de estacionamentos na Praia do Martinhal.
Nem a chuva nem a agitação marítima que se fizeram sentir nos últimos dias no Algarve serviram de álibi para que o corte de espécies infestantes na Praia do Martinhal não se efetivasse.
Depois dessa operação, as zonas vão ser “renaturalizadas com hidrossementeiras”, explicou André Matoso, acrescentando que a marcação das zonas de estacionamento, com acesso quer rodoviário, quer pedonal, também já estão em fase de concretização, porque o estacionamento que existe hoje é “desordenado”.
As obras na Praia do Martinhal rondam os 100 mil euros e vão estar concluídas em março deste ano, estimou o responsável. Na Praia da Boca do Rio a data de conclusão da obra também é em março e o valor do investimento é de 114 mil euros.
Neste caso, está a ser feita a pavimentação do caminho até ao areal, com um percurso pedonal balizado, e também se está a preparar um parque de estacionamento para evitar “o estacionamento desordenado, sobretudo das autocaravanas”, explicou o presidente da sociedade.
As obras do Polis Litoral – programa de valorização ambiental e requalificação urbanística - são “essenciais” para Vila do Bispo, declarou à Lusa, por seu turno, o presidente da câmara, Adelino Soares, lembrando que este é um concelho “virado completamente para o turismo”.
Melhorar as frentes de mar, os estacionamentos de praia e zonas urbanas como Burgau e Salema ou a área entre o Cabo de São Vicente e a Fortaleza de Sagres ajuda a “criar uma melhor imagem”, apontou o autarca, reiterando que a “intervenção humana nestas frentes é sem dúvida um investimento local".
As obras do Polis Litoral do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina incidem quase na totalidade do domínio público marítimo e prevê-se que, além de requalificar, garantam as "questões de segurança", considerou Adelino Soares.
As intervenções previstas em Vila do Bispo abrangem cinco praias - Ingrina, Martinhal, Boca do Rio, Castelejo e Mareta -, com o objetivo de valorizar e qualificar aquelas zonas balneares, estando também planeada a requalificação do porto da Baleeira, em Sagres, e a requalificação urbana das frentes marítimas de Burgau e Salema.
O investimento total naquele concelho do barlavento algarvio é da ordem dos 7,8 milhões de euros e visa a promoção da conservação da natureza e biodiversidade, defesa costeira, proteção de pessoas e bens e fruição ordenada do litoral e das atividades económicas ligadas aos recursos do litoral”, explicou André Matoso.
Segundo o responsável, o financiamento para o Polis Litoral Sudoeste não foi assegurado na totalidade no Quadro Comunitário 2007-2013, sendo necessário verbas do Quadro Comunitário 2014-2020.
O presidente da Câmara de Vila do Bispo recordou que o projeto se prolonga até 2015 e defendeu que até lá se deve aproveitar “tudo o que existir do Quadro Comunitário” para se concretizar a obra dentro do prazo e “sem derrapagem”.
O programa Polis Litoral Sudoeste integra a requalificação e valorização da orla costeira dos concelhos de Sines, Odemira, Aljezur e Vila do Bispo, abrange uma área de intervenção de 9.500 hectares e o valor global de investimento ronda os 47 milhões de euros.