Sociedade

Observatório Nacional do Envelhecimento inaugurado em Alte

Foi ontem inaugurado, no Nº3 da Rua Nova da Igreja na aldeia de Alte, mais propriamente nas antigas instalações da Escola Profissional Cândido Guerreiro, o Observatório Nacional do Envelhecimento (ONE).

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O ato contou com a presença da Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, e do Secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, que sublinharam a importância deste projeto, não só para a região, mas para dar resposta ao “novo paradigma demográfico” que constitui o aumento da esperança de vida da população portuguesa e o desafio de promover um envelhecimento ativo e saudável no país.
 
Como explicou o seu presidente, Nuno Marques, esta iniciativa, que congrega três instituições de ensino (ABC - Algarve Biomedical Center, NOVA Medical School da Universidade Nova de Lisboa e Universidade do Porto), nasceu porque “é preciso que haja alguém que observe, veja, analise e olhe para os dados, que indique como é que nos estamos a comportar ao longo do tempo, como devemos agir e como podemos atuar de forma a minimizar o impacto que vamos ter nos indicadores do envelhecimento português”.
 
A Ministra do Trabalho disse ser este “um dia histórico para Alte mas também para Portugal” e salientou a vantagem das universidades estarem associadas ao projeto: “são três centros de referência em torno da investigação e do envelhecimento o que é fundamental para termos opções bem informadas do ponto de vista daquelas que são as áreas críticas de intervenção, para termos um envelhecimento cada vez mais ativo e saudável ao longo da vida, e politicas associadas à longevidade mais focadas e com mais conhecimento”.
 
Para levar por diante ações como este Observatório, Ana Mendes Godinho salientou a importância do PRR (Plano de Recuperação e Resiliência) “muito vocacionado para investimento e requalificação das respostas sociais dedicadas ao envelhecimento”. 
 
Lacerda Sales, responsável da área da Saúde, justificou o simbolismo da escolha de Alte para acolher um projeto desta dimensão já que se trata “de uma zona desertificada do interior e um dos tesouros do Algarve, desconhecido por muitos” pelo que este Observatório poderá trazer “uma nova vitalidade a este território”. Desmistificando a ideia de envelhecimento que considera ser “não uma fatalidade mas uma grande conquista da sociedade moderna”, o Secretário de Estado adiantou ainda que “estão aqui lançadas as primeiras sementes para um projeto que, de alguma forma, permitirá que possamos chegar mais novos a velhos”. A aposta na autonomia e independência dos idosos, mas também os novos estilos e hábitos de vida, alimentação mais saudável, promoção da saúde e prevenção da doença ou da atividade física, o investimento contra o tabagismo ou o consumo excessivo de álcool, são algumas das áreas que António Lacerda Sales defende como “políticas de longevidade”.
 
O Município de Loulé é um dos parceiros deste Observatório, tendo o autarca Vítor Aleixo recordado outras iniciativas em fase de conceção ou já realizadas na área da saúde: o edifício para a investigação científica ligado à área das biociências que irá nascer em Loulé, edifício sede para as políticas do envelhecimento em Vilamoura, projetos de literacia na saúde, a rede de desfibrilhadores automáticos externos “exemplar e pioneira no país” ou ainda o laboratório que trabalhará para a Agência Europeia do Medicamento que irá instalar-se em breve na cidade de Loulé.
 
O responsável municipal destacou ainda um outro projeto intimamente ligado a este Observatório, a cobertura digital do interior do concelho de Loulé que permitirá também cuidar dos idosos que vivem numa situação de isolamento. “Estamos perante projetos muito ambiciosos, estamos a cuidar do nosso interior e das pessoas do interior”, enfatizou Vítor Aleixo.