Política

Ofélia Ramos: "aumentar o salário mínimo em plena crise significa mais falências e mais desemprego"

 
Ofélia Ramos, deputada do PSD, interveio no debate da proposta do PCP com vista a aumentar o salário mínimo para 850 euros.

 
A parlamentar do PSD eleita pelo Algarve descreveu o quadro atual da economia com "a queda do PIB na ordem dos 9,3%; um défice de 7,2%; uma dívida pública gigantesca a disparar para valores históricos; e uma quebra da produtividade de 3,4%, a par duma explosão do desemprego, com regiões, como o Algarve, a registarem aumentos de cerca de 200%".
 
A deputada censurou, por isso, a proposta, considerando-a "irresponsável e desfasada da dura realidade que o país enfrenta".
 
Ofélia Ramos questionou ainda as intenções do Governo, de aumentar o salário mínimo, afirmando que "por um lado, reconhece as sérias dificuldades que as empresas enfrentam, e disso são prova as medidas com vista a preservar as empresas e a manter os postos de trabalho; por outro, aumenta o salário mínimo, agravando os custos das empresas que diz querer salvar". "É o jogo do dá e tira", disse, lembrando que são as empresas do setor do turismo, alojamento, restauração e similares que mais empregam trabalhadores que auferem o salário mínimo nacional. "Não saberá, que são precisamente as pequenas e médias empresas que mais precisam do apoio do Estado para sobreviver e manter os postos de trabalho", questionou.
 
Referiu que "a inflação está próxima de zero, pelo que os trabalhadores não perdem poder de compra com a manutenção do valor do salário mínimo", concluindo que "aumentar o salário mínimo em plena crise económica e social significa mais falências e mais desemprego".
 
À margem do debate, Ofélia Ramos assinalou que desejaria que o salário mínimo fosse progressivamente mais elevado, "mas que o momento que hoje se vive exige um esforço de todos, empresas e trabalhadores, para preservar o emprego e salvar empresas", apontando o Algarve como a região que pode ser mais adversamente afetada por medidas desta natureza.