As comemorações do dia da cidade de Olhão (16 de junho) ficaram marcadas pela concretização de obras há muito idealizadas pelo município, mas também pelo valor emocional que a maioria das mesmas representa para a cidade e para os olhanenses.
O autarca António Pina convidou os presentes a valorizar a cidade com novos marcos de desenvolvimento.
Depois do habitual ponto de encontro no Largo do Município, com a presença em parada dos Bombeiros Municipais de Olhão, com o hastear da bandeira, seguiu-se depois para o Largo da Restauração, onde se renovou a homenagem aos heróis da Restauração de 1808.
Após esta cerimónia foi tempo de percorrer o centro histórico de Olhão, pelo Caminho das Lendas e inaugurar as esculturas da olhanense Isa Fernandes nos Largos do Gaibéu e da Fábrica Velha.
Para o presidente da autarquia, "este trabalho oferecido pela artista Isa Fernandes, marca bem a sua dedicação à cidade e aquilo que quer demonstrar enquanto sua conterrânea." Visivelmente orgulhoso, António Pina adiantou que, "estas obras só tiveram custos de produção, já que foram gentilmente oferecidas pela artista à sua cidade. A última será inaugurada em agosto deste ano."
No mesmo contexto de valorização, o edil olhanense fez questão de inaugurar o novo relvado sintético "há muito aguardado pelas mais de 400 crianças que aqui praticam desporto e que, para nós era já uma prioridade".
Em declarações ao Algarve Primeiro, António Pina sublinhou que, "há dois anos que este relvado tinha ultrapassado o seu prazo de vida útil, pelo que era urgente concluir esta obra de elevada importância para a cidade."
O relvado sintético do estádio Municipal teve um custo de 150 mil euros, valor que para o autarca, "reuniu algum esforço, já que temos atravessado tempos difíceis, mas que era uma necessidade. Para mim é um orgulho disponibilizar agora este espaço para a prática de desporto."
Uma obra que igualmente vai dar uma resposta ampla aos olhanenses e que contou no ato de inauguração com a presença do anterior Presidente da autarquia, Francisco Leal, é o Centro Comunitário e Refeitório Social Ana Dias que, após longas paragens e impedimentos, "abre portas a quem mais precisa." Para António Pina, "esta obra reúne um conjunto de sentimentos, pois para além de ter sido sempre encarada como prioritária pelo município, é inaugurada em homenagem póstuma à mentora do projeto. Para nós, é fundamental ter ao dispor de quem mais precisa uma obra com esta finalidade social, pelo que, fazemos questão de enaltecer Ana Dias pela sua iniciativa."
Para o edil olhanense, "acreditamos poder responder mais e melhor com esta instituição, já que estamos a falar de uma zona com mais dificuldades integrada num contexto de classe média/alta em que é preciso proporcionar oportunidades e minimizar a discriminação".
O Centro Comunitário teve um custo na ordem dos 650 mil euros, comparticipado pelo Programa PROMAR em 500 mil euros.
Na sequência de distinções e homenagens, a autarquia atribuiu Medalhas de Mérito Grau Ouro a dois olhanenses, ao jurista António Cabrita e ao jornalista Augusto Madureira.
Para o presidente da Câmara Municipal de Olhão, "este concelho é feito de memórias partilhadas, de referências comuns, de património coletivo, de vivências e de conhecimento, antes de colocar os olhos no presente e no futuro" acrescentando, "temos obrigação de fazer crescer a nossa cidade e concelho, de fazer mais e melhor. Nos meados do século XIX conhecemos uma enorme pujança económica, nomeadamente após a abertura da Alfândega na nossa cidade, que tornou Olhão num dos mais importantes postos aduaneiros do Algarve. A pesca e os produtos regionais marcavam toda a diferença. Seguiu-se a indústria conserveira, que colocou Olhão num local de destaque e desenvolvimento económico."
Contudo, "o declínio da pesca e das indústrias dela dependentes, fruto de políticas desajustadas da realidade da cidade e da região, trouxe a Olhão um empobrecimento que temos vindo a tentar inverter nos últimos anos. É certo que perdemos muitas embarcações e fábricas de conservas, mas Olhão tem sabido reinventar-se e tem crescido."
Com os olhos postos no futuro, o autarca sublinhou, " deixamos de ter vergonha da nossa frente ribeirinha e possuímos uma marginal digna, com dezenas de espaços comerciais e dois jardins, em suma, um local aprazível para receber os nossos visitantes".
Com uma forte aposta na Educação e no Desporto, António Pina recuperou a importância de incluir e de apoiar quem mais precisa, "Olhão é um dos concelhos que mais tem investido em habitação social, com cerca de 800 fogos."
Ao mesmo tempo, "negociamos com fundos comunitários para construir equipamentos que os olhanenses mereciam ter na sua cidade, como são o caso do Porto de Pesca, das duas Zonas Industriais, do Auditório, das Piscinas, da Biblioteca e dos emblemáticos Mercados de Legumes e Peixe. Aliás, o nosso mercado é um dos maiores da Península Ibérica", indicou o autarca, considerando que a alma olhanense tem catapultado o concelho para um nível de destaque, tanto nacional, como internacional e que "é isso que se pretende; fazer chegar longe o nome da nossa cidade!"
Do programa de comemorações destaque também a inauguração da exposição da Rede de Arquivos do Algarve "A Identidade do Algarve: Forais, Alvarás e Cartas Régias", no Arquivo Municipal António Rosa Mendes, bem como a exposição dos alunos do Centro de Pintores Olhanenses que está patente ao público no espaço multiusos da Biblioteca Municipal José Mariano Gago.
As Festas da Cidade prosseguem hoje no Jardim Pescador Olhanense, com a apresentação da peça "Mê Menine, e a Tu Mãe!?", pela companhia olhanense A Gorda.
No sábado, dia 18 de junho, as festividades culminam com o espetáculo "Olhão ao Vivo", às 22h00, no Jardim Pescador Olhanense. Marcam presença o DJ Digui, o projeto Bandas da Casa, a Drum School Band, M90 e a Escola de Música da Fuseta.