Segundo comunicado da PJ, em causa está a investigação relativa à atividade ilícita de uma empresária do setor imobiliário, que de forma online, pelo menos durante um ano, "promoveu a venda de imóveis na região, essencialmente junto de investidores estrangeiros, sem o conhecimento dos seus proprietários, os quais foram surpreendidos com a existência de registos provisórios de venda das suas propriedades".
Para o efeito, a suspeita celebrou contratos de promessa de compra e venda desses imóveis em escritórios de solicitadoras localizadas na região do Algarve, ou através de documentos por estas autenticados, sem conhecimento ou a intervenção dos proprietários dos imóveis, como forma de convecer as vítimas sobre a credibilidade dos mesmos.
A Polícia Judiciária revela que houve vítimas que chegaram a entregar um montante superior a um milhão de euros, correspondente ao valor do respetivo sinal, valores que foram apropriados pela suspeita.
No decurso da operação foram efetuadas 3 buscas domiciliárias e 4 buscas em escritórios de solicitadoria, onde foi apreendido "um elevado acervo documental probatório, equipamento informático, valores em numerário e joias", adianta o comunicado.
A PJ admite ainda a existência de outras vítimas, uma vez que durante a operação foram localizados documentos relativos a negócios desconhecidos da investigação, tendo sido "percecionadas tentativas de contacto de supostos clientes e a formalização de novas queixas, por pagamentos de mais de dois milhões e setecentos mil euros".
A operação "chave na mão", foi desenvolvida pelo Departamento de Investigação Criminal de Portimão, com a colaboração da Diretoria do Sul, no âmbito de uma investigação em curso iniciada em 2024 e titulada pelo DIAP Regional de Évora, com a presença de vários magistrados judiciais e do Ministério Público, assim como de representantes da Ordem dos Solicitadores e dos Agentes de Execução.
As detidas irão ser presentes a primeiro interrogatório judicial com vista à aplicação das medidas de coação.