A Comissão de Utentes da Via do Infante diz ter conhecimento que a eliminação das portagens no Algarve irá integrar, mais uma vez, as propostas na especialidade do Orçamento de Estado para 2020, as quais serão votadas na próxima semana na Assembleia da República em que pelo menos duas forças políticas, o Bloco de Esquerda e o PCP, apresentam propostas nesse sentido.
Para a Comissão de Utentes manter as portagens no Algarve, "é persistir na continuação de uma grave, injusta e trágica medida para o Algarve"
Em comunicado a CUVI aponta que "além dos grandes prejuízos provocados a nível económico e na mobilidade", as portagens têm potenciado a sinistralidade rodoviária na região, "com muitas vítimas", particularmente na EN125, que ainda não se encontra totalmente requalificada entre Olhão e Vila Real de Santo António e é considerada uma das vias mais mortíferas do país, voltando a ser apelidada de "estrada da morte".
Citando dados da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, o ano de 2019 fechou com 10.612 acidentes, tendo provocado 36 vítimas mortais e 220 feridos graves. Em 2018 tiveram lugar 10.604 acidentes, com 40 vítimas mortais e 195 feridos graves; em 2017 foram 10.752 acidentes, com 30 vítimas mortais e 192 feridos graves; e no ano de 2016 ocorreram no Algarve 10.241 acidentes, com 32 vítimas mortais e 162 feridos graves. Números que para a Comissão de Utentes "deviam fazer corar de vergonha os governantes e outros responsáveis que persistem em manter umas portagens erradas, injustas e criminosas".
A CUVI lembra que nos tempos da governação do PSD/CDS "o argumento para impor as portagens foram as exigências da troika, depois com o governo PS as desculpas foram para a difícil situação financeira do país. E agora quais são as desculpas? Agora não há desculpas defensáveis, visto o país se encontrar numa situação de excedente orçamental".
Refere mesmo que as portagens na Via do Infante, "significam mais prejuízos e sofrimento ao Algarve e às suas populações, e defendem uma PPP deveras obscura e ruinosa".
Ao PSD e CDS diz que "têm uma oportunidade de se redimirem perante os algarvios", votando a favor da eliminação das portagens na Via do Infante.