Sociedade

Ordem dos Arquitectos contra obras de ampliação no edifício do Lar da Criança em Portimão

De acordo com comunicado enviado pela Secção Regional Sul da Ordem dos Arquitectos, a Câmara Municipal de Portimão autorizou as obras de ampliação do edifício do Lar da Criança que vão “destruir e adulterar” o projecto original da autoria do arquitecto António Vicente de Castro.

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A Secção Regional Sul da Ordem dos Arquitectos diz que esteve presente na Reunião Ordinária da Câmara Municipal de Portimão no passado dia 6 de Fevereiro para apelar à não legalização das referidas obras, contrariando as recomendações não só da Ordem do Arqutectos, como "apelos de outras instituições na área da preservação do património".
 
A Ordem dos Arquitectos lembra que o edifício construído entre 1959 e 1962, foi considerado, pelo Docomomo, (Comité Internacional que trata da Documentação e Conservação dos edifícios, bairros e paisagens urbanas erguidas no quadro da arquitectura e do urbanismo do Movimento Moderno), como “uma obra de referência da arquitectura portuguesa no mundo, de valor inestimável e um exemplar da obra excepcional do arquitecto António Vicente de Castro”.
 
Com o objectivo de “defender a sua preservação”, o Docomomo enviou à Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC) o pedido de abertura de classificação do edifício, que está, segundo a que a Secção Regional Sul da Ordem dos Arquitectos apurou, “em processo de decisão” na Direcção Regional de Cultura do Algarve.
 
Em carta enviada em Setembro passado à presidente da Câmara de Portimão, Isilda Gomes, à Comissão de Coordenação da Região do Algarve e à Direcção-Geral do Património Cultural, a Ordem dos Arquitectos  expressou “sérias preocupações relativamente às intervenções clandestinas anteriormente realizadas, bem como ao projecto de ampliação solicitado pela actual Direcção do Lar da Criança.
 
O mesmo comunicado enviado à imprensa revela que o complexo do Lar da Criança “é uma obra com múltiplas referências no panorama crítico da arquitectura moderna em Portugal” considerada um dos “poucos exemplares da Arquitectura Moderna de carácter social em Portimão”.
 
Apesar das reservas camarárias, a Secção Regional Sul da Ordem dos Arquitectos diz-se disponível para dialogar com a autarquia no sentido da preservação do património arquitectónico em causa.
 
Foto: Luísa Castro