Economia

Os desafios de António Miguel Pina à frente da AMAL

O Algarve Primeiro falou com António Miguel Pina numa altura em que o autarca olhanense se prepara para assumir também a Presidência da AMAL – Comunidade Intermunicipal do Algarve, com vista a tentar apurar quais são as principais linhas de orientação para a região no novo mandato que se avizinha.

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Refira-se que após a saída de Jorge Botelho, eleito deputado nas últimas eleições legislativas e nomeado secretário de Estado da Descentralização e da Administração Local, o nosso jornal sabe que decorreu esta quarta-feira uma reunião na AMAL com 10 dos 16 autarcas algarvios, que decidiram apoiar o Presidente da Câmara de Olhão.
 
Deste modo, será na próxima quinta-feira, em reunião ordinária, que será oficializada a nova presidência que, para António Miguel Pina, deve refletir os interesses dos 16 municípios, dentro das várias cores políticas. «O meu trabalho será para a nossa região e num trabalho conjunto».
 
O futuro presidente da AMAL sublinhou que, «o trabalho que já estava em curso é para continuar, uma vez que reúne o consenso dos 16 municípios, pelo que a questão da mobilidade e das alterações climáticas encetada pelo anterior presidente continuam na nossa agenda».
 
António Miguel Pina destacou a medida que implicou a redução do tarifário nos transportes públicos, bem como o facto de estar na ordem do dia as soluções que estão a ser implementadas para enfrentar o problema da falta de água no Algarve, sublinhando que, «os anteriores temas são para continuar, temos é novos temas sobre a mesa com a minha presidência».
 
Neste momento e, tendo por base os estudos que foram levados a cabo nesse sentido, «estamos já a pensar na primeira unidade piloto de dessalinização que a Águas do Algarve irá realizar. Ao mesmo tempo, estamos a colocar em marcha um maior aproveitamento das águas residuais, bem como a construção de uma nova barragem para podermos ter mais armazenamento de água». Neste ponto realçou que «estão a ser estudadas várias propostas, sendo de considerar sempre a que cause menos prejuízos ambientais e que acarrete mais benefícios para a região».
 
O tema do Hospital Central volta à AMAL porque «precisamos de dar uma nova resposta em termos de saúde e, sobretudo para melhorar a qualidade de vida dos algarvios e atrair mais médicos para a região». Para António Miguel Pina é importante «a pressão de todos os autarcas em torno desta questão fundamental para dar uma nova esperança à população, bem como a questão do Ordenamento do Território que já está a precisar de um maior enfoque». Para este responsável, «os instrumentos que temos, seja o PROT - Plano Regional de Ordenamento do Território do Algarve, seja os POOC’s - Planos de Ordenamento da Orla Costeira, ou os regulamentos para os Parques Naturais, têm já alguns anos e já deveriam estar em fase de revisão ou de alteração, pelo que vamos apostar também nessa área». 
 
Os municípios vão assim estar proativos na criação de uma proposta, em vez de seguirem aquilo que vem determinado pelos próprios serviços. «Como acreditamos na regionalização, faz sentido que sejamos nós autarcas a propor aquilo que queremos para os nossos municípios, sendo este um novo desafio que vamos enfrentar».
 
Ao mesmo tempo, a AMAL também tem no horizonte o potencial económico da região e, «apesar de tudo o que se dizia acerca do Algarve como destino turístico, os números superaram as expetativas e colocam-nos novamente num destino de referência no Verão e fora da época balnear, o que comprova que a região está bem e recomenda-se, no entanto, temos de continuar a trabalhar sempre nesse sentido».
 
Para o autarca, «é fundamental ter um olhar atento para a nossa atividade económica, em especial para o setor do turismo que está sempre sob forte concorrência, em especial dos mercados do Norte de África e Turquia, e nesse sentido, não nos podemos acomodar aos bons resultados que temos obtido. Temos de manter uma relação próxima com a Região de Turismo e com os empresários e associações do setor, não esquecendo a pesca e a agricultura, pois se a economia do Algarve está a ter um bom momento, é preciso continuar a trabalhar nesse sentido».
 
Para definir o seu rumo neste novo desafio, António Miguel Pina evidenciou que, «Um algarvio deve ter a cabeça na Fóia e os pés no Mar», isto porque, «o Presidente da AMAL deve ter a perceção de que o Algarve vai desde a Fóia ao mar, vai desde as terras vicentinas ao Guadiana».