Hugo Pereira foi eleito para o seu primeiro mandato como presidente da Câmara Municipal de Lagos a 26 de setembro de 2021, com 53.47% dos votos. Já em funções, ao Algarve Primeiro falou sobre o percurso a percorrer ao longo destes quatro anos.
O trabalho passa pela continuidade, «trabalhar em prol de um Lagos melhor». Dentro das várias questões, a habitação é a principal: «queremos meter a habitação a custos controlados». É uma das prioridades para o imediato, deixando a ressalva de que «construir habitações leva o seu tempo».
A aposta na cultura e história estará vincada neste mandato, com muitos projetos em carteira. «Vamos durante as próximas semanas e meses dar início à construção de um novo museu. Temos a parte das muralhas, do Forte da Ponta da Bandeira, são aspetos e monumentos importantes que marcam e diferenciam a nossa história, a nível de descobrimentos, e a importância que tem no passado do país e que queremos realçar, bem como todo o aspeto cultural».
O curso da água no concelho é uma questão também a ser resolvida, «havendo projetos de ampliação para o seu abastecimento, bem como de alguns problemas que façam que, de uma vez por todas, as perdas de água sejam mínimas e haja melhor eficiência na sua utilização».
A nível climático e ambiental, a atenção passa pela «proteção de costas e de frentes de mar, salvaguardando a importância ambiental e o impacto das alterações climáticas, e a melhor utilização desse espaço por parte da população, com as questões de segurança que precisam, quer ao nível das praias, quer ao nível das nossas falésias, com projetos que vêm do mandato que cessou, bem como outros que vamos dar início, por exemplo, as ligações costeiras entre Lagos e Burgau».
Outra área importante para Hugo Pereira, é a educação, com a aposta nas escolas, a requalificação, ampliação e o reforço dos meios, «para que esta área não perca qualquer inovação, e se consiga ter a nossa educação na linha da frente e que nada falte aos nossos jovens».
Atento às repercussões da pandemia, o autarca garante que o município não vai abdicar de continuar a ajudar: «já para o próximo ano, quase como primeira decisão deste novo mandato, na próxima sexta-feira em reunião de câmara, vamos renovar todas as medidas do “Lagos Apoia”. Estamos a falar de medidas que atingem cerca de 10 milhões de euros por ano de apoio à cidade, ao concelho, desde de isenções de muitas taxas que são pagas pelas empresas que deixaram de ser pagas em 2020 e em 2021, e que continuarão em 2022, bem como isenções em todo o nosso parque de arrendamento e fogos municipais, que os nossos inquilinos desde 2020 não pagam, de forma a ajudar a classe e os nossos arrendatários, sem esquecer a redução da tarifa da água, que vamos renovar».
A redução do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRS) e do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) são propostas em cima da mesa para 2022, «que iremos fazer à Câmara Municipal e à Assembleia Municipal, no sentido de baixarmos o valor a cativar de IRS para cerca de metade do que atualmente é, e baixar dois pontos percentuais do IMI. Estamos a falar de quase um milhão de euros nestes dois impostos, que vamos deixar de receber, como forma de quem cá tem casa e quem cá trabalha, poder ficar com mais esse dinheiro para usar, quer para empresas, quer para famílias».
O presidente do município espera encontrar Lagos, daqui a quatro anos, melhor do que se encontra atualmente. Diz ser um concelho muito apetecível, que tem uma forte procura em especial pelo mercado de habitação, de segunda casa, por turismo de habitação e por uma componente turística, «e obviamente que esta procura tem um efeito muito positivo na economia do concelho, e também tem algum efeito negativo no preço das habitações, mas ainda assim é disto que a cidade e que o Algarve vive».
«Costumo dizer que em Lagos temos tudo aquilo que os destinos turísticos têm. Temos praias magníficas, solo magnífico, campos de golf, turismo de natureza, é maravilhoso, e depois temos uma marca que não há em todo o lado, é a marca da nossa história e nós vamos querer ainda reafirmar mais essa parte», rematou.
Agradeceu a confiança depositada pelos munícipes, afirmando que «vamos de tudo fazer, com muita responsabilidade, para cumprir aquilo que nos propusemos concretizar. Iremos governar o melhor que podemos e sabemos, acima de tudo, para elevar ainda o nome do concelho, mais além do que está. Pretendemos criar melhores condições a quem cá vive, a quem nos visita, a quem cá trabalha e fazer um Lagos mais à frente e melhor, é a nossa ambição. Nem tudo depende da câmara, mas sim de todos os que cá estão e obviamente que contamos com todos», concluiu.
Recorde-se que a cerimónia de tomada de posse dos novos órgãos autárquicos, teve lugar na passada segunda-feira no Centro Cultural de Lagos.