Sociedade

Para a Comissão de Utentes da Via do Infante a solução não são «míseros descontos» mas a suspensão imediata das portagens

A Comissão de Utentes da Via do Infante (CUVI) defende a suspensão das portagens na Via do Infante, porque conforme diz em comunicado: «o Algarve é a região do país que já está a viver e onde mais se vai fazer sentir a grave crise económica e social devido à pandemia da Covid 19».

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Segundo a Comissão, «os próximos meses vão ser dramáticos, em que muitas micro, pequenas e médias empresas vão encerrar», aumentando o desemprego, que nesta altura do ano, «com mais de 20 mil desempregados, atinge quase 200% de aumento em relação ao mesmo período do ano anterior».
 
A CUVI explica que esta semana o governo anunciou «míseros descontos» nas taxas de portagem a partir de janeiro do próximo ano, aplicados a partir do 8.º dia de utilização no mesmo mês, mas para isso os automobilistas terão de ter o dispositivo eletrónico, caso contrário não terão direito a qualquer desconto, medida que apelida de «jogar areia para os olhos dos algarvios».
 
Para a CUVI, são necessárias «medidas urgentes extraordinárias» da parte do governo para aliviar «a grave crise» que atinge o Algarve, passando pelo levantamento das portagens na Via do Infante, exigindo que o primeiro-ministro António Costa, cumpra Resolução da Assembleia da República n.º 51/2020 - relativa ao Plano de Emergência Social e Económico para o Algarve - aprovada no dia 19 de junho e publicada em Diário da República no passado dia 29 de julho, que determina "a suspensão das portagens na Via do Infante como forma de diminuir os acidentes rodoviários, de combater as assimetrias e as dificuldades sentidas por pessoas e empresas em tempos de pandemia".
 
No mesmo comunicado, lembra que o levantamento das portagens será também uma forma do primeiro-ministro «cumprir a palavra que deu aos algarvios em 2015», apontando o relatório da Unidade Técnica de Acompanhamento de Projetos/UTAP, afeta ao Ministério das Finanças, onde a Concessão Algarve que envolve a PPP da Via do Infante/A22, teve no 1.º trimestre de 2020 um défice de 15.2M€, com uma taxa de cobertura de apenas 26% devido à cobrança das taxas de portagem, «representando para o Estado, no final do ano, um prejuízo de cerca de 60 milhões de euros», adianta.
 
A Comissão critica ainda os sucessivos governos de «não terem tido coragem para acabar com este regabofe escandaloso», conclui.