Sociedade

Paróquias de Tavira contratam técnica de restauro para recuperar património

As paróquias de Tavira estão a trabalhar no restauro por intermédio de uma técnica formada pelo Instituto Politécnico de Tomar e especialista na área de conservação e restauro.

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Esta contratação surge na sequência da criação da empresa Artgilão – Atividades Religiosas e Turísticas de Tavira, Lda, que foi pensada com o objetivo de explorar financeiramente todas as possibilidades que possam surgir nesta paróquia, de modo a poder aplicar as receitas geradas na recuperação do património religioso.
 
Segundo explica Miguel Neto, Pároco destas paróquias, que tem como preocupação central do seu trabalho a rentabilização do património que está a seu cargo, «para que o mesmo possa ser oferecido aos fiéis e visitantes e possa ser preservado, já que existem múltiplas igrejas nestas paróquias (ex. Santa Maria, Santiago, S. Paulo, S. António, entre outras), que podem gerar receitas a usar na conservação e restauro de peças. Dai que se tenha avançado para a contratação desta técnica»
 
O Pároco avançou que «Tenho o sonho de poder vir a criar um gabinete/atelier de restauro em Tavira, mas enquanto esse sonho não for possível de realizar, queremos começar o trabalho de proteção das nossas peças de arte, com a ajuda da técnica Marta Pereira, que tem conhecimentos específicos e nos dará um grande auxílio nesta tarefa de melhor defender o nosso património».
 
Miguel Neto referiu que a nova empresa resultou de um pedido que fez em setembro do ano passado aos colaboradores das paróquias quando passou a estar ao serviço das mesmas. «Pedi-lhes para pensarmos formas de rentabilizar economicamente o património», acrescentando que neste momento, essa rentabilização passa, por exemplo, pelo merchandising, que se encontra à venda numa loja existente na Igreja de Santa Maria e pelas visitas turísticas. «É importante rentabilizarmos para mantermos este património», reforçou o sacerdote, salientando que essa rentabilização «permite a criação de postos de trabalho».
 
«Todo o merchandising que está à venda foi criado tendo como base do design o património das próprias Igrejas, nomeadamente a sua azulejaria, que é uma marca forte», explica o Pároco e complementa: «Queremos que estas peças possam ser embaixadoras da nossa causa e do nosso projeto, para que possamos, efectivamente levar por diante ideias que permitam recuperar e preservar os bens que as paróquias de Tavira têm e que queremos que todos possam fruir». A loja Artgilão tem peças à venda para todos os gostos e preços, desde o simples marcador de livros, passando pelo saco de pano ou pelos brincos e os artigos religiosos, alguns deles criados por artesãos e outros por colaboradores da paróquia.
 
Esta preocupação da fruição do património também está na base de uma parceria existente com a Câmara Municipal de Tavira e que permitirá que nos meses de junho e agosto as igrejas estejam abertas e visitáveis. 
 
Para além do merchandising, a Igreja de Santa Maria está aberta para visitas, em horário alargado durante o verão, o que pode permitir que quem quiser se possa deslocar até este templo ao fim do dia (até às 21h30) para fazer a sua visita. Também poderão subir à torre da igreja, desfrutando da vista sob a cidade.As verbas das entradas são canalizadas, para a recuperação das peças. «Temos uma pequena mostra de Arte Sacra, que vamos repensar muito em breve, de modo a melhor poder valorizar as peças expostas e a melhor contextualizá-las, permitindo que os visitantes tenham uma melhor informação sobre o que veem neste espaço», explica o Pároco, que diz ter «muitos sonhos». «Gostava», afirma, «de poder um dia apontar Tavira como um exemplo no que toca à conservação do património».