Este sábado, 15 de novembro, pelas 21h30, o coreógrafo e bailarino Paulo Ribeiro sobe ao palco do Cine-Teatro Louletano com o espetáculo “Sem um tu não pode haver um eu”.
Este espetáculo começa sob a luz de “Lanterna Mágica”, a autobiografia de Ingmar Bergman, cineasta que inspirou este solo criado e interpretado por Paulo Ribeiro.
Os bilhetes têm um preço único de 10 euros.
Natural de Lisboa, Paulo Ribeiro fez carreira como bailarino em várias companhias belgas e francesas, até que os seus passos conduziram-no à criação coreográfica. A estreia enquanto coreógrafo deu-se, em 1984, em Paris, no âmbito da companhia Stridanse, da qual foi cofundador, e que o levou à participação em diversos concursos naquela cidade, obtendo, logo no ano da estreia como coreógrafo, o prémio de Humor e, no ano seguinte, em 1985, ganhou o 2.º prémio de Dança Contemporânea, ambos no Concurso Volinine.
De regresso a Portugal, em 1988, começou por colaborar com a Companhia de Dança de Lisboa e com o Ballet Gulbenkian. A sua carreira de coreógrafo expandiu-se no plano internacional, a partir de 1991, com a criação de obras para companhias de renome. Entretanto, em 1994 o criador foi galardoado com o Prémio Acarte/Maria Madalena de Azeredo Perdigão pela obra Dançar Cabo Verde, encomenda de Lisboa 94 – Capital Europeia de Cultura, realizada conjuntamente com Clara Andermatt.
Em 1995, fundou Companhia Paulo Ribeiro, para a qual já criou 15 coreografias, sendo a mais recente o solo “Sem um tu não pode haver um eu”.
O trabalho com a própria companhia permitiu-lhe desenvolver melhor a sua linguagem pessoal como coreógrafo. E o reconhecimento não tardou. Logo em 1996, a obra Rumor de Deuses foi distinguida com os prémios de “Circulação Nacional”, atribuído pelo Instituto Português do Bailado e da Dança, e “Circulação Internacional”, atribuído pelo Centro Cultural de Courtrai, ambos no âmbito do concurso “Mudanças 96”. Em 1999, o coreógrafo venceu ainda o Prémio Almada do Instituto Português das Artes do Espetáculo.
Ao longo da carreira, tem ganho vários outros prémios de relevo e distinções: o prémio Coreógrafo Contemporâneo, no 1.º Portugal Dance Awards, e o Prémio do Público, no Dance Week Festival da Croácia. Recentemente foi galardoado com o prémio Melhor Coreografia de 2010 pela Sociedade Portuguesa de Autores, pelo espetáculo Paisagens – onde o negro é cor.
Em acumulação com o trabalho na companhia de autor, Paulo Ribeiro foi Comissário do ciclo “Dancem”, em 1996 e 1997, no Teatro Nacional S. João. Desempenhou, entre 1998 e 2003, o cargo de Diretor-geral e de Programação do Teatro Viriato/CRAE (Centro Regional das Artes do Espetáculo das Beiras), e foi ainda Comissário para a Dança em Coimbra 2003 – Capital Europeia da Cultura.
Em 2006, regressaria ao Teatro Viriato, para reocupar o cargo de Diretor-geral e de Programação, isto após a extinção do Ballet Gulbenkian que dirigiu entre 2003 e 2005, tendo nesse período recebido o “Prémio Bordalo” da Casa da Imprensa Portuguesa (2005) pelo trabalho desenvolvido com esta companhia.
Em 2008, participou como coreógrafo na produção Evil Machines, de Terry Jones, para o Teatro Municipal de S. Luiz. Em 2010, coreografou o espetáculo Sombras, de Ricardo Pais. E em 2011 criou Desafinado, para o grupo Dançar com a Diferença (Madeira), e ainda um quarteto para o espetáculo coletivo Uma Coisa em Forma de Assim, com a Companhia Nacional de Bailado, para a qual criou seguidamente Du Don de Soi, um espetáculo de noite inteira, sobre o cineasta Andrei Tarkowsky. O criador ainda trabalhou no cinema, com a conceção da coreografia para La Valse, um filme de João Botelho.
O coreógrafo tem-se ainda dedicado à formação, orientando vários workshops em Portugal, mas também em países onde a companhia tem marcado presença. Lecionou a disciplina de Composição Coreográfica, no âmbito do mestrado de Criação Coreográfica Contemporânea, promovido pela Escola Superior de Dança, e deu aulas no Conservatório Nacional de Dança.