Segundo comunicado do PCP de Monchique, relativamente ao Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Algarve II – Barlavento, que agrupa os centros de saúde dos concelhos de Lagoa, Lagos, Monchique, Silves, Vila do Bispo, Portimão e Aljezur, verifica-se que a Unidade de Recursos Assistenciais Partilhados do ACES Barlavento não dispõe de recursos humanos adequados, não há psiquiatras nem pedopsiquiatras, sendo os utentes referenciados para os hospitais de Portimão e Faro ou para o Hospital Dona Estefânia, em Lisboa.
O mesmo comuniado refere que as Unidades de Cuidados de Saúde Personalizados do ACES Barlavento não dispõem de recursos humanos adequados, o quadro prevê 95 médicos, mas estas Unidades apenas dispõem de 84, dos quais 8 não têm especialidade de medicina geral e familiar reconhecida em Portugal e 18 estão contratados através de empresas privadas de trabalho temporário.
O PCP diz que a carência de médicos traduz-se, em particular, no facto de 53% dos utentes do ACES Barlavento não disporem de médico de família, situação particularmente grave nos concelhos de Lagos, Silves, Vila do Bispo e Portimão, onde 78%, 55%, 54% e 51% dos utentes não dispõem de médico de família, respectivamente.
Quanto aos assistentes técnicos, o quadro prevê 113 profissionais, no entanto só 87 se encontram ao serviço. Os assistentes operacionais são 72, para um quadro de 112.
Para estas categorias não há autorização do Governo para proceder à abertura de concursos, adianta o PCP.
Também no que diz respeito aos enfermeiros, técnicos de diagnóstico e terapêutica e técnicos superiores os quadros não se encontram preenchidos.
Constata-se a existência de graves problemas no que diz respeito à referenciação para consultas externas no Hospital de Portimão (hospital de referência dos centros de saúde do ACES Barlavento), com total ausência de resposta em algumas especialidades e tempos de espera excessivos noutras (podendo atingir vários anos), há ainda várias especialidades com problemas na marcação de consultas externas no Hospital de Portimão, em particular cardiologia, urologia, ginecologia e neurologia.
Os comunistas informam ainda que o Conselho da Comunidade do ACES Barlavento não reuniu uma única vez em 2013, e em relação ao Centro de Saúde de Monchique, verifica-se que existe problemas com a administração de vacinas do Plano Nacional de Vacinação, nomeadamente, tétano e HPV ( vírus do papiloma humano responsável por situações que podem evoluir para cancro – ex. cancro do colo do útero), devido a atrasos no fornecimento das vacinas pela farmácia de Faro. Relativamente à vacina HPV, há atrasos desde 2011, estando neste momento cerca de 40 jovens por vacinar.
Tem-se verificado falta de material consumível, como por exemplo, fios de sutura ou luvas, e a Unidade de Saúde Familiar de Monchique deixou de funcionar recentemente.
O Serviço de Atendimento Permanente – SAP- , que já não funciona no horário nocturno, agora também não tem atendimento antes das 14:00, porque os médicos dão preferência ás consultas de Medicina Geral e Familiar, que são de manhã.
O ar condicionado da sala de Aerossóis está avariado, levando por vezes que seja preciso deslocar utentes para outras salas por causa da temperatura.
Na extensão de Alferce tem havido irregularidades no funcionamento da mesma, já que as consultas passaram a ser de 15 em 15 dias, e ás vezes a médica não aparece, ficando os utentes de Alferce sem prestação de cuidados de saúde.
No Centro de Saúde de Monchique existem várias salas para tratamento de fisioterapia no entanto só existe uma Fisioterapeuta, que actualmente tem horário reduzido, devido a licença por aleitamento.
A Comissão Concelhia de Monchique do PCP apela a que as populações e as autarquias locais protestem contra esta situação e exijam que sejam repostos os Cuidados de Saúde Primários, no Barlavento Algarvio, a funcionar com eficácia, com as devidas condições de trabalho para todos os profissionais de saúde e para os utentes.