Política

PCP defende outra política para a floresta e o mundo rural para enfrentar drama dos incêndios

 
Os concelhos de Aljezur, Vila do Bispo e Lagos foram palco do primeiro grande incêndio florestal deste ano no País, tendo ardido uma área superior a 2200 hectares, com a destruição de "importantes" valores ambientais presentes neste território, salienta o PCP em comunicado.

 
Ao mesmo tempo que saúdam a rápida resposta dada pelos bombeiros e restantes entidades de proteção civil que impediram consequências mais trágicas, os comunistas chamam de novo a atenção para as "causas profundas e estruturais" que estão na origem da frequente ocorrência de fogos florestais na região do Algarve "e que evidenciam sobretudo fragilidades que resultam de opções de fundo de uma política contrária ao desenvolvimento e ao futuro do País e que são particularmente evidentes na região algarvia".
 
Independentemente das condições climatéricas propicias à ocorrência de incêndios florestais, o PCP assinala que é na desvalorização da atividade produtiva e da agricultura familiar, na insuficiência de medidas de reforço da prevenção estrutural de incêndios, "no ataque" às funções sociais do Estado, no encerramento e desvalorização de serviços públicos e que têm como consequência a desertificação e abandono do território, que encontra a razão principal deste tipo de fenómenos. Neste contexto, lembra no mesmo comunicado o incêndio de grandes dimensões que ocorreu em 2018 com origem na Serra de Monchique, bem como o facto de, então para cá,"não ter sido adoptada uma política substancialmente diferente capaz de inverter a situação".
 
Para contrariar o estado em que se encontra o interior, o PCP exige outra política agro-florestal, nomeadamente "um efetivo" desenvolvimento regional com investimento público de grande dimensão na atividade agrícola e florestal, "em vez da persistência num conjunto de anúncios tantas vezes repetidos de novos programas, novos apoios, novos financiamentos, mas que não alteram estruturalmente um problema com que o País está confrontado", adianta.
 
No início de mais um verão, o PCP considera "importante" que, mais do que o balanço necessário deste incêndio, "se tomem as medidas adequadas de modo a evitar novos sinistros desta ou de outra dimensão", conclui.