A Ryanair procedeu, no início deste ano, a um despedimento colectivo no Algarve de mais de 80 trabalhadores.
Para a Organização Regional do Algarve do PCP, estes tripulantes de cabine, cujo contrato de trabalho estava celebrado com a Crewlink (empresa de trabalho temporário ligada ao próprio grupo Ryanair), "são atirados desta forma para o desemprego".
Os comunistas registam que a Ryanair recusou "durante largos anos" reconhecer a legislação portuguesa no que diz respeito aos direitos dos trabalhadores afectos à operação da empresa em Portugal, "reconhececendo mais tarde, depois de uma intensa luta dos trabalhadores, embora continue sem a aplicar na sua totalidade".
O PCP aponta em comunicado que a empresa tem mantido "elevados níveis de precariedade, com constantes manobras de pressão, coação e ameaça sobre os trabalhadores, impondo a desregulação de horários, não reconhecendo os seus direitos de organização sindical".
O partido critica a companhia de aviação por ter ameaçado com o abandono da base localizada em Faro, "depois de ter recebido ao longo dos anos largos milhões de euros de recursos públicos – incluindo de fundos comunitários – em nome do turismo e da abertura/manutenção de rotas".
No mesmo comunicado, o PCP aponta o dedo ao Governo, que deveria ter tido outra atitude "e não a de dar cobertura – em nome do turismo – a estes processos".
Neste sentido, o PCP compromete-se a questionar o Governo, na Assembleia da República, "sobre as medidas necessárias para garantir os direitos dos trabalhadores e os interesses do Algarve e do País".