Segundo o PCP é já na próxima segunda-feira, 25 de janeiro, que está previsto o encerramento dos centros de distribuição postal (CDP) de Vilar Formoso e Sabugal, no distrito da Guarda, e de Monchique, no Algarve.
Em comunicado, os comunistas referem que, a estratégia de encerramento dos CDP – locais onde a correspondência é concentrada para ser posteriormente distribuída pelos carteiros nos seus giros–, com base em razões economicistas, «tem contado com a cumplicidade do Governo e dos partidos que, na Assembleia da República, insistem em defender a gestão privada, nomeadamente PS, PSD, CDS-PP, Iniciativa Liberal e Chega».
Mas também de eleitos autárquicos do PS e do PSD, «que apenas se têm pronunciado quando se vêem confrontados com encerramentos nos respectivos municípios», sublinha o partido que diz existirem «consequências negativas para trabalhadores e utentes que, desde o processo de privatização têm criticado a degradação do serviço e reivindicado o seu regresso à esfera pública».
Para o PCP, o aumento da distância a percorrer pelos trabalhadores é uma das mais visíveis, atrasando ainda mais a distribuição postal. A par da degradação das condições para os utentes, que passam a receber mais tarde a sua correspondência, «degradam-se condições de trabalho e remuneratórias, havendo um aumento do tempo e da distância a percorrer nas deslocações de casa para o CDP, e deste para os locais onde se realizam os giros», evidencia a mesma fonte.
Para os comunistas, o fecho de centros de distribuição em regiões do interior, como é o caso de Monchique cujo serviço passa a estar concentrado em Portimão obrigando a um aumento mensal de 3300 km da distância percorrida, «é mais um contributo para o longo processo de desertificação, abandonando as regiões menos densamente povoadas», situação agravada no quadro da pandemia, «visto que a concentração de trabalhadores em espaços menores contribui para aumentar o risco que já enfrentam para manter o serviço postal a funcionar», regista também o partido.
O PCP aponta os milhares de quilómetros a mais que os trabalhadores passam a ter de percorrer, em que além do incremento da penosidade associada à profissão de carteiro, associa-se a questão ambiental.
Perante esta realidade o PCP já questionou o governo PS ao mesmo tempo que exigiu «uma firme intervenção do Governo para reverter esta decisão negativa, quer para o Algarve, quer para o país», concluiu.