O Grupo Parlamentar do PCP questionou o Ministro da Saúde sobre as medidas urgentes que irão ser adotadas para reforçar o quadro clínico dos hospitais de Faro, de Portimão e de Lagos.
Segundo comunicado do Grupo Parlamentar do PCP, destaca que o Serviço de Obstetrícia do Hospital de Faro anunciou, recentemente, a suspensão da assistência a grávidas durante os meses de agosto e setembro, nomeadamente na especialidade de medicina materno-fetal, nas consultas de referenciação às 38 semanas e nas ecografias do 2º trimestre. Tal decisão, que afeta as utentes dos centros de saúde dos ACES Central e Sotavento, deve-se à falta de médicos especialistas no Centro Hospitalar do Algarve com o Serviço de Obstetrícia do Hospital de Faro a reconhecer no seu comunicado, que «não é possível assegurar com qualidade e segurança todas as atividades deste serviço (bloco, ecografias e outras técnicas de diagnóstico, consultas e enfermaria)».
Os Comunistas adiantam que posteriormente, a Administração Regional de Saúde do Algarve anunciou que, a partir do dia 13 de Agosto, iria garantir a realização das ecografias obstétricas, consultas de medicina materno-fetal e consulta de referenciação às 38 semanas a todas as grávidas da região que obedecessem aos critérios de referenciação para o Centro Hospitalar do Algarve, recorrendo, para isso, à contratualizados dos serviços de um hospital privado da região.
Para o PCP esta situação "é reveladora da contínua degradação do Serviço Nacional de Saúde no Algarve e no país, que se insere na estratégia do Governo de ataque ao Serviço Nacional de Saúde e favorecimento dos estabelecimentos de saúde privados".
No entender do PCP o Governo vai dando corpo a uma opção política, ideológica e programática – e não uma opção meramente conjuntural ditada pela crise – de criação de um sistema de saúde a duas velocidades: um serviço público desqualificado e degradado para os mais pobres, centrado na prestação de um conjunto mínimo de cuidados de saúde, e um outro, centrado nos seguros privados de saúde e na prestação de cuidados por unidades de saúde privadas, para os cidadãos mais favorecidos.
Deste modo o Grupo Parlamentar do PCP questionou o Ministro da Saúde sobre as medidas urgentes que irão ser adotadas para reforçar o quadro clínico dos hospitais de Faro, de Portimão e de Lagos, garantindo a estas unidades hospitalares condições para prestar a todos os cidadãos cuidados de saúde de qualidade.