Política

PCP teme que crise na pesca e no marisqueio comprometa sustento de muitas famílias algarvias

 
A situação dos profissionais setor do marisqueio – mariscadores, viveiristas, depuradoras, comerciantes – vive um período de suspensão da atividade motivada pela redução da procura.

 
O encerramento ou redução de atividade na restauração e hotelaria, fez com que nas últimas semanas as depuradoras tenham ficado com toneladas de bivalves prontos para venda, mas sem procura pelos habituais compradores.
 
Segundo comunicado da Comissão Concelhia de Olhão do PCP o encerramento ou redução da atividade no comércio e mercados "tem um efeito dramático para o escoamento de produto", já que o consumo de peixe e marisco fresco pelas famílias tende a ser menos significativo nas grandes superfícies, que se mantêm abertas.
 
Os comunistas relatam que os mariscadores são os mais vulneráveis em todo o setor já que, sem procura de marisco, deixam de ter a quem vender a ameijoa e outras espécies apanhadas nos bancos naturais da ria formosa.
 
Os viveiristas, poderão apenas concentrar-se na manutenção dos viveiros, sem terem uma perspectiva de quando voltarão a colher o rendimento desse trabalho, quando se aproxima a data limite para o pagamento (30 de março), das licenças dos viveiros.
 
Também as embarcações da ganchorra, que capturam principalmente conquilha e que tinham estado sujeitas a longo período de interdição de capturas por presença de toxinas, neste período em que poderiam estar a render voltam a ficar em terra.
 
A pesca, com todos os constrangimentos já existentes pela limitação das quotas de captura em várias espécies, tem agora o problema agravado pela quebra do preço do pescado na primeira venda em lota, regista o PCP.
 
O PCP defende ser "urgente" que sejam criadas medidas especificas de apoio a este setor que, entre outras, permitam adiar os pagamentos legais obrigatórios. Os comunistas receiam que o abandono destes profissionais, traga consequências na sua saúde e das suas famílias, além da incerteza sobre a subsistência de todo um setor que, no Algarve e em particular na Ria Formosa, é o sustento de milhares de famílias.
 
O Grupo Parlamentar do partido confirma que já questionou o Governo sobre "medidas a tomar para o setor da pesca na atual situação de pandemia associada à COVID-19".