Deputados Paulo Sá e João Dias, questionaram Ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural.
Em setembro de 2018, após o incêndio da Serra de Monchique que destruiu milhares de hectares de floresta, o Grupo Parlamentar do PCP questionou o Governo sobre a criação de parques públicos de receção e comercialização de madeira queimada, visando garantir aos produtores florestais algum rendimento com a venda dessa madeira e mitigar os problemas ambientais que decorrem do apodrecimento das árvores mortas.
O PCP recorda em nota enviada à comunicação social, que na sua resposta, o Ministério da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, afirmou que «não é o Governo que cria os parques referidos [de madeira queimada]», "subentendendo que é à iniciativa privada que cabe criar esses parques", e acrescentou, que os parques serão criados «quando os produtores quiserem».
Entretanto, uma delegação do PCP, integrando o deputado Paulo Sá eleito pelo Algarve, deslocou-se à freguesia de Alferce (concelho de Monchique) para avaliar a implementação no terreno das medidas de apoio às vítimas do incêndio, tendo reunido com o Presidente da Junta de Freguesia.
Nessa visita, a delegação do PCP diz ter constatado que não foram criados quaisquer parques de madeira queimada e que as árvores mortas estão a apodrecer em vastas extensões de floresta.
Para os comunistas o "Governo não pode alhear-se deste assunto, fazendo de conta que o problema é exclusivamente da esfera privada e que o Estado não tem qualquer papel na defesa da floresta e na dinamização da produção florestal".
Entende o PCP que o Governo deve intervir, "urgentemente", para dar uma resposta ao problema da madeira queimada, criando, para o efeito, parques públicos de receção e comercialização dessa madeira na Serra de Monchique.
Assim, os deputados Paulo Sá e João Dias, questionaram o Ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, dirigindo-lhe algumas perguntas:
Por que motivo entende o Governo que não compete ao Estado criar parques públicos de receção e comercialização da madeira queimada, cabendo essa iniciativa exclusivamente a entidades privadas?
Volvidos 5 meses desde o incêndio na Serra de Monchique e perante a ausência de parques de madeira queimada criados por iniciativa privada, irá o Governo assumir finalmente as suas responsabilidades e avançar com a criação de parques públicos, garantindo algum rendimento aos produtores florestais?
Que medidas vai o Governo implementar para mitigar os problemas ambientais que decorrem do apodrecimento das árvores mortas em vastas extensões de floresta?