Ambiente

Peões e bicicletas contabilizados no “Quarteira Lab” aumentaram mais de 22% com redução da sinistralidade

 
 
A implementação da Estratégia Municipal de Adaptação às Alterações Climáticas do Município de Loulé levou a Câmara de Loulé a avançar com a candidatura ao programa Laboratórios Vivos para a Descarbonização, lançado e cofinanciado pelo Fundo Ambiental, ação que resultou na criação do projeto Quarteira Lab. A área de intervenção compreende as Avenidas Carlos Mota Pinto e Francisco Sá Carneiro (entre a Rotunda do Polvo e a Rotunda do Terminal Rodoviário).

De entre as soluções implementadas, surgiu a promoção e monitorização da mobilidade suave, a criação de uma ciclovia em cada um dos sentidos de trânsito e a instalação de um sistema de contagem de pessoas e bicicletas, que pode em tempo real ser consultado.
 
Segundo informou o Município de Loulé em comunicado, em 2022 verificou-se um aumento de mais de 22% de peões e ciclistas.
 
Entre janeiro e dezembro do ano transato, passaram junto ao cruzamento da Avenida Carlos Mota Pinto com a Rua Vasco da Gama, 942 188 pessoas e 132 756 bicicletas, valores superiores aos 754 177 e 108 599, respetivamente, registados em 2021. Um aumento de 24,9%, nos peões, e de 22,2%, em termos de mobilidade ciclável, seguindo o objetivo de reduzir as emissões de CO2.
 
Com o aumento acentuado da população em Quarteira durante o verão em virtude da atividade turística, agosto foi o mês em que se registaram os números mais elevados: 138 543 pessoas e 16 602 bicicletas. 
 
Em termos médios diários, foram contabilizadas 2 581 pessoas e 364 bicicletas que percorreram a área. A autarquia sublinha que a realização do mercado da fruta todas as quartas-feiras pode explicar que este seja o dia da semana em que mais pessoas e bicicletas tenham passado pela área de intervenção.
 
Apesar de não haver registo da distância percorrida, a mesma fonte explica que se cada um destes ciclistas tivesse percorrido todos os 900 metros de ciclovia, ter-se-ia evitado a emissão de 12,8 toneladas de CO2 caso o mesmo percurso tivesse sido feito de automóvel.
 
A construção desta ciclovia deu origem a um plano mais amplo com a ligação a Vilamoura, através da requalificação da Avenida Carlos Mota Pinto, para repavimentação e requalificação da ciclovia existente, uma obra já concluída.
 
Desde que foi criada a ciclovia na cidade de Quarteira, também os dados da GNR apontam para redução da sinistralidade no local. Entre fevereiro e dezembro de 2018, período em que ainda não havia ciclovia, foram registados 51 acidentes de viação dos quais resultaram 2 feridos graves e 14 feridos leves, enquanto que no período homólogo de 2019, já com ciclovia, dos 38 acidentes que registados no local, resultaram num ferido grave e dois feridos leves. O número de acidentes diminuiu em 26%, com uma consequente diminuição acentuada de atropelamentos (-86%). Já no ano passado, foram registados 33 acidentes de viação dos quais resultaram 2 feridos graves e 13 feridos leves.