Efetivamente, não é fácil saber à primeira vista se estamos perante uma pessoa que pode ser ou não nossa amiga, pelo que, o tempo de convivência é um importante aliado, tal como estar atento a algumas características que denunciam, desde logo, que a relação vai ser tóxica.
Os especialistas na área do comportamento humano alertam que, «as pessoas manipuladoras estão logo no topo da lista porque são encantadoras e enganam como ninguém. Por norma, aproximam-se dos outros só pelos seus interesses e fazem de tudo para conquistar o que pretendem. Usam de uma arte de sedução incrível, mas é possível desmascará-las se estivermos atentos ao seu modo de estar e de falar, mas para isso, é preciso uma boa dose de calma, sentido de observação e de análise e não entrar numa qualquer relação por impulso».
O imediatismo dos nossos dias contrasta muito com a necessidade de pensar, analisar e reagir à medida em que o outro vai dando provas de merecer a nossa confiança e amizade, pelo que, o segredo é aprender a controlar esses desejos inatos e ser mais racional, caso contrário, andaremos sempre a iludir-nos e a desiludir-nos com as pessoas e a lamentar as relações que construímos, alertam os entendidos.
Além de aprender a dar mais tempo a si mesmo e de analisar os comportamentos de quem o rodeia, é essencial tentar perceber se a pessoa apresenta estes traços tóxicos:
1. Exibe desrespeito de forma casual
As pessoas tóxicas gostam de fugir às regras para evidenciar-se, procuram brilhar a qualquer custo e podem ser desmascaradas quando mostram a sua linguagem corporal: revirar os olhos, franzir a testa, expressões labiais que demonstram pouca franqueza e daí por diante. A pessoa tenta mostrar-se espetacular, “a maior”, “a melhor companhia”, mas acaba por revelar-se no oposto, se estivermos atentos. Registe ainda que, a mesma facilidade com que uma pessoa desrespeita as regras e goza com as situações, será a que vai utilizar quando tiver de descartar um amigo ou assumir um compromisso ou responsabilidade.
2. São especialistas em colocar a culpa nos outros
Este tipo de pessoa evita assumir a responsabilidade em qualquer tipo de conflito e habilmente transfere a culpa para os outros: se o telefone não tivesse tocado, teria conseguido sair de casa a horas, se o marido a tivesse acordado, não teria chegado atrasada ao trabalho, se a mulher o tivesse alertado, não teria gasto tanto dinheiro, são alguns exemplos típicos de pessoas tóxicas que praticam esta desculpabilização em todas as áreas de vida e a que devemos estar atentos, pois não são de confiança, não se responsabilizam pelo que dizem ou fazem e dão lugar a muitos conflitos nas situações em que participam.
3. Gabam-se demais
Torna-se quase impossível estar na sua companhia porque “são as melhores em tudo”, “as preferidas do chefe, as melhores companhias, estão rodeadas de amigos, de dinheiro, de sucesso”. Não lhes falta nada, mas falta-lhes tudo porque isso é uma máscara que utilizam para proteger a fragilidade, o sentimento de inferioridade e a baixa auto estima. Recorrem ao egocentrismo acreditando poder vencer na vida e conquistar tudo o que pretendem. Arrasam os outros, tornam-se chatas e insuportáveis e não conduzem as relações a bom porto.
4. Querem ter sempre o dom da palavra
Estas pessoas não ouvem o que os outros dizem, não acatam uma mensagem, um conselho, uma opinião e demonstram-no com interrupções. Os outros falam e, rapidamente cortam o assunto e lançam uma nova conversa. Tornam-se irritantes e o pior, qualquer um de nós percebe que querem ser o centro das atenções e minimizar os demais. São péssimas companhias, não respeitam os outros e não merecem a nossa amizade e afeto, sugerem os entendidos.
5. Andam sempre à procura da aprovação dos outros
Estas pessoas são muito tóxicas porque, no fundo, sabem que não são queridas por muita gente, que não conseguem sentir emoções positivas face aos demais porque estão sempre centradas em si mesmas, sentem-se muito instáveis e inseguras, logo optam por “dar demasiado nas vistas” com aquilo que entendem ser melhor do que os outros para que consigam evidenciar-se. Aproveitam também para ridicularizar os demais e por “querer ganhar todas as batalhas”. É desse modo que se tornam cada vez mais egocêntricas, egoístas e tóxicas, sendo quase impossível manter uma relação saudável com elas. Sentam-se à mesa e exibem-se até que a última pessoa se levante. Inventam histórias, falam pouco de si mesmas e nada de emoções que são o seu ponto fraco e acreditam que são “o máximo”.
6. São extremamente críticas
O seu grande sentimento de inferioridade transforma-se numa crítica feroz aos outros. Gozam, falam mal, inventam, diminuem porque é precisamente como se sentem, mas fazem com que quem os rodeia acredite que estão acima de tudo e de todos.
Dificilmente fazem um comentário positivo em relação a alguém porque querem que tudo se concentre em si e também porque não reconhecem qualquer valor aos demais. A vida são elas, depois elas e ainda elas!
Registe que, estas pessoas tornam-se tão encantadoras que, em muitos casos, conseguem alimentar esse engano durante meses ou anos e, se tiverem algum interesse em nós, não é fácil desmascará-las e ainda menos manter a distância. São verdadeiros “vampiros emocionais” que dependem da nossa energia e presença para ganharem mais ego, por isso, evitá-las é sempre a melhor opção. Mas se está no meio de uma vivência tóxica saiba que é a si a quem cabe a responsabilidade de sair o mais rapidamente possível, sob pena de sofrer graves prejuízos para a sua saúde física e mental, alertam os especialistas na área da psicologia.