A Câmara Municipal de Faro apresentou hoje a sua proposta de Plano de Mobilidade e Transportes (PMT) para o concelho, o instrumento que estabelece a estratégia global de intervenção em matéria de organização das acessibilidades e gestão da mobilidade.
A sessão teve lugar na Biblioteca Municipal de Faro, e contou com a participação de largas dezenas de munícipes e de representantes das entidades oficiais que, ao longo deste processo de mais de três anos, foram já chamadas a contribuir para a elaboração do documento.
De acordo com a autarquia, o plano em execução desenvolve-se em três fases: Fase I - Caracterização e Diagnóstico; Fase II - Proposta de Plano; e Fase III - Versão Final do Plano.
A partir de hoje, concluída que está a segunda fase do plano, encontra-se aberta a discussão junto das diversas instituições, agentes e à sociedade civil em geral, em torno das propostas que beneficiarão as condições de mobilidade no território.
O Plano de Mobilidade e Transportes dispõe, de resto, de um micro-site, acessível através da página da Câmara Municipal de Faro em www.cm-faro.pt, onde se disponibilizam os elementos referentes ao mesmo bem como o formulário de contacto onde cada cidadão pode exercer o seu direito de participar e contribuir para a construção da sua versão final, explica a edilidade em nota enviada à imprensa.
Através da estratégia definida pelo Plano de Mobilidade e Transportes, elaborado em simultâneo e em estreita articulação com o Plano Diretor Municipal, está prevista a relocalização da atual linha de caminho-de-ferro.
Este espaço deverá ser alvo de requalificação e integração no cenário natural, criando-se condições para a sua utilização por outros modos, nomeadamente com a implementação de corredores dedicados a transportes públicos e outros modos de transporte, permitindo a conexão entre os diversos setores da cidade.
No ponto de confluência entre os canais dos diversos modos de transporte, é proposta a criação de uma interface multimodal de nível regional, apoiada pelo terminal dos transportes urbanos no centro da cidade, que possibilitará conectar a região entre si mas também com o resto do país.
Com o intuito de diminuir o tráfego automóvel no centro da cidade, é proposta uma política de estacionamento ancorada num conjunto de parques dissuasores localizados nas principais entradas da cidade e que deverão ser devidamente coordenados com a rede de transportes urbanos e com a oferta de estacionamento no centro da cidade.
No que concerne aos modos suaves de deslocação, nomeadamente o andar a pé e de bicicleta, é proposto um aumento e beneficiação gradual das áreas pedonais na cidade, nomeadamente na zona muralhada e sua envolvente próxima, tornando-as mais confortáveis, mais seguras e mais acessíveis para o peão, principalmente para as pessoas com mobilidade condicionada.
Porque é defendido o uso da bicicleta, foi definida como estratégia de intervenção a formalização do percurso da Ecovia do Algarve e a definição de uma rede ciclável coerente, articulada e complementada por um sistema de bikesharing.
Sobre esta matéria, há ainda uma proposta incluída neste Plano hoje apresentado, de criação de uma ponte pedociclável entre Montenegro e o Parque Ribeirinho de Faro, uma construção sustentável, que permite a redução das distâncias e tempo de deslocação entre Faro e Montenegro.