Economia

Portimão:Em 10 anos vão ser investidos 85 milhões de euros para responder ao problema da habitação

Foto|Google Maps
Foto|Google Maps  
O Município de Portimão apresentou na última Assembleia Municipal uma proposta para a aquisição de 15 lotes de terreno situados no Vale Lagar e destinados à construção de 189 fogos para habitação social, que serão disponibilizados a custos controlados, no âmbito da Estratégia Local de Habitação 2020-2030, igualmente submetida à aprovação daquele órgão autárquico.

 
O respetivo projeto já se encontra aprovado, fazendo esta compra parte de uma estratégia que se prolonga até 2030. 
 
Conforme destaca a autarquia em comunicado, o combate às carências habitacionais no concelho assenta sobre três eixos: tornar o mercado mais acessível, responder às situações mais graves identificadas nesta área e reabilitar e requalificar o parque social municipal. 
 
A compra dos 15 lotes envolve um investimento da autarquia de milhão e meio de euros, prevendo-se que, no total e em termos globais, este plano para os próximos 10 anos implique investimentos na ordem dos 85 milhões de euros. 
 
O Município revela que existem 567 agregados familiares abrangidos em grave carência imediata e cerca de 300 famílias com carências habitacionais graves previsíveis a médio prazo. Para responder a essa necessidade de alojamento, a grande aposta neste eixo é a aquisição do loteamento em Vale Lagar. 
 
Em paralelo, está prevista a construção de lotes camarários na Rua Alho Serra, localizada na Coca Maravilhas, na Aldeia Nova da Boavista e na CHE Figueirense, bem como a criação do empreendimento social de Cabeço de Mocho, ao mesmo tempo
que serão completados os empreendimentos sociais dos bairros das Cardosas e da Coca Maravilhas. 
 
De forma a tornar o mercado mais acessível, a edilidade espera tomar medidas visando facilitar, em termos administrativos e tributários, a construção de habitações para uso não turístico. Também vão ser assegurados benefícios tributários aos proprietários que ofereçam arrendamentos para os segmentos baixo e médio, passando o município de Portimão a ficar enquadrado nos requisitos legais do Programa Nacional de Arrendamento Acessível. 
 
O propósito é responder à previsível necessidade no mercado de cerca de 5.000 novos alojamentos para os segmentos médio e baixo até 2030, ao mesmo tempo que será monitorizado o alojamento local, assegurando o respetivo cumprimento das obrigações tributárias relacionadas com o IMI, muito importantes para as finanças municipais. 
 
Outra área que integra a mesma estratégia, passa pela reabilitação e requalificação do parque social municipal, onde haverá algumas medidas para corrigir a respetiva gestão, de que são exemplos e externalização do processamento contencioso dos incumprimentos de contratos de arrendamento, de modo a assegurar uma resposta rápida, ao mesmo tempo que passa a ser determinada a atualização anual das rendas de acordo com o rendimento declarado em sede tributária pelos arrendatários. 
 
Por outro lado, serão construídos realojamentos volantes, para responder às necessidades de reabilitação e requalificação dos bairros sociais, estando estimadas em 66 fogos volantes as necessidades de realojamento provisório.
 
Das medidas fazem parte a construção de um edifício de realojamento provisório no bairro do Pontal e de uma residência semi-independente, para apoio aos sem-abrigo e às vítimas de violência doméstica. 
 
A reabilitação urbana parcial e a renovação complementar do bairro do Pontal merecem da parte da Câmara especial atenção ao nível da ARU - Área de Reabilitação Urbana sistemática e da ORU - Operação de Reabilitação Urbana, sendo criados projetos integrados para cada um dos restantes bairros de habitação social a requalificar: Coca-Maravilhas; Cruz da Parteira; Montes de Alvor; e futuro bairro social do Cabeço do Mocho. 
 
Estão contempladas ainda as obras de reabilitação, requalificação e renovação necessárias em cada um daqueles bairros de habitação social, através de diagnóstico prévio. 
Apesar de a estratégia se estender até 2030, o executivo municipal prevê que a resolução da carências habitacionais graves ocorra nos primeiros cinco anos, ou seja, até 2025.