Esta semana no Teatro das Figuras, acontecem dois espetáculos no âmbito do ciclo Porto em Faro, que traz à capital algarvia o que de melhor se faz na cidade do Porto, na área das artes performativas.
No dia 26 de abril, quinta-feira, pelas 21h30, o Teatro Experimental do Porto apresenta "A Tecedeira que Lia Zola", uma peça que transporta ao Portugal dos anos 70, para o período pré-revolução do 25 de abril de 1974.
Inspirados pelos movimentos revolucionários da época, jovens portugueses, burgueses, urbanos e letrados, decidem abandonar os seus estudos ou os seus primeiros empregos e rumam em direção às fábricas e aos campos para fazer a “revolução cultural”. Clandestinos, enquanto pregam a revolução, pegam em enxadas e manobram máquinas agrícolas e fabris. Na mala guardam o Germinal de Émile Zola, o Livro Vermelho de Mao Tsé-Tung, o existencialismo de Jean-Paul Sartre e muita vontade de mudar o mundo.
No sábado o coreógrafo Victor Hugo Pontes apresenta às 21h30 "A Ballet Story" uma peça estreada em 2012, por ocasião de Guimarães Capital Europeia da Cultura.
Nas palavras do coreógrafo “A Ballet Story” tem como ponto de partida o ballet Zephyrtine, de David Chesky. No entanto, não se trata da representação teatral ou da ilustração da história original – o exercício foi de abstração e partiu do movimento dos corpos no espaço em articulação com a música.
[…] Em A Ballet Story não sei se a história se ajusta à música ou se a dança se ajusta à história. A narrativa será fabricada por cada espetador (ou não)”.
Tiago Bartolomeu Costa, crítico de dança do Jornal Público, não teve dúvidas ao afirmar que “A Ballet Story é, sem mais palavras, a melhor hipótese de redenção proporcionada pela e à criação nacional desde há muito tempo”.
