Sociedade

Presidente do Centro Hospitalar do Algarve sem condições para o gerir - Autarcas

Os autarcas algarvios disseram hoje ao ministro da Saúde que o presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar do Algarve está numa "posição insustentável" para gerir os hospitais de Faro, Portimão e Lagos, afirmou o presidente da Comunidade Intermunicipal.

PUB
 

A posição foi manifestada pelos autarcas algarvios a Paulo Macedo durante uma reunião realizada no Ministério da Saúde para debater a situação da setor na região, depois de um grupo de 180 médicos ter feito um abaixo-assinado a denunciar a falta de condições dos hospitais que integram o Centro Hospitalar do Algarve (CHA) e de queixas de doentes que se deparam com faltas várias.

 

"Os autarcas do Algarve têm a perceção que o dr. Pedro Nunes se colocou, ele próprio, numa posição insustentável para gerir o centro hospitalar. Agora cabe ao senhor ministro tomar as decisões", afirmou o presidente da Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL), Jorge Botelho, referindo-se ao presidente do conselho de administração do CHA.

 
“Falta de poder” nas estruturas regionais preocupa autarcas algarvios
 
A AMAL – Comunidade Intermunicipal do Algarve manifestou-se hoje preocupada com os sucessivos encerramentos de serviços públicos na região, que consideram um sintoma de “falta de poder decisório” a nível regional. 
 
As medidas apresentadas pelo governo nos últimos meses ocupam um lugar central nas preocupações centrais dos representantes algarvios, que “discordam profundamente” dessas decisões, conforme frisa a associação de municípios, em comunicado divulgado hoje. 
 
Entre os vários serviços que já fecharam portas, a AMAL chama a atenção para a situação vivida na direção regional de Educação, para a qual foi designado apenas um chefe de serviços, sinal da redução do poder da instituição, uma vez que, a partir de agora, “todos os problemas relacionados com escolas são obrigatoriamente comunicados a Lisboa”, o que prolongará a resolução dos problemas e tornará mais difícil e demorada a procura de uma solução. 
 
O conselho intermunicipal da AMAL lamenta, assim, a “constante redução de poder” nas estruturas regionais e considera que transferir a tomada de decisões para o poder central revela “uma total desconsideração pelos presidentes de câmara do Algarve, por não lhes ser dada oportunidade de se pronunciarem antes da tomada de qualquer decisão sobre a região que habitam e a qual dirigem”. 
 
Os autarcas algarvios sublinham que, ao não serem ouvidos, é-lhes “recusada a possibilidade de representar em primeiro plano as populações algarvias, uma realidade que lhes é familiar e próxima”. 
 
Com este cenário, verifica-se a “perda de afirmação do poder local”, que deveria ser valorizado para construir “uma sociedade mais justa e equilibrada, onde os cidadãos se vissem refletidos naqueles que os representam”. 
 
“O poder local vê-se fragilizado com a perda de diversos serviços administrativos, que se traduz numa concentração excessiva de decisão pelo poder central, muitas vezes distante dos reais problemas e necessidades que afetam a região e as comunidades algarvias”, conclui a AMAL.