O presidente do PS-Algarve e deputado à Assembleia da República, Luís Graça, propôs ao Governo a apresentação de um calendário para a construção do novo Hospital Central do Algarve, previsto para o Parque das Cidades, entre Faro e Loulé.
Discursando na sessão de encerramento do 17.º Congresso Federativo do PS-Algarve, o presidente do PS-Algarve apelou para "avançar-se rapidamente com a revisão do processo abandonado pelo governo do PSD-CDS em 2011 e apresentar uma calendarização para a construção do Hospital Central do Algarve", dando continuidade à reestruturação do setor da saúde na região, que já passou pela criação do Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA), integrando o Centro de Medicina Física e de Reabilitação do Sul, e pelo reforço da ligação com os centros de investigação da Universidade do Algarve, com a dinamização do Algarve Biomedical Centre (ABC).
“Estou consciente que não vamos ter o hospital central pronto amanhã mas devemos começar a trabalhar já e desafiamos o Governo a apresentar uma calendarização para o efeito até ao final deste ano”, sublinhou Luís Graça. Paralelamente, o deputado socialista propôs a criação de dois “parques de saúde”, a barlavento e a sotavento, com base na ampliação de atuais centros de saúde garantindo atendimento 24 horas por dia, meios de diagnóstico complementares e internamento, manifestando a disponibilidade dos municípios algarvios e de IPSS’s para colaborarem financeira e tecnicamente com o governo nesse desígnio.
O presidente do PS-Algarve alertou ainda o Governo para a necessidade de “avançar com a conclusão do processo de requalificação da EN 125, entre Olhão e Vila Real de Santo António”, e disse que não desistiria de lutar pela redução das portagens na A22 - Via do Infante ate ao final da atual legislatura, relembrando o estudo pedido pelo PS a membros da academia algarvia em 2015, onde se sustentava que “podíamos reduzir as portagens na Via do Infante em 30% e, nalguns casos, até em 50%, sem que o Estado central nem a concessionária perdessem dinheiro com isso”.
O presidente de PS-Algarve também abordou na sua intervenção a temática água e da energia, defendendo a construção da barragem de Alportel e apelando às Águas do Algarve para em articulação com os municípios desenharem um modelo que garanta autossuficiência no abastecimento de água às populações e à agricultura.
Foi com base no desempenho e no exemplo desta empresa, que Luís Graça defendeu uma valorização das energias renováveis na região, lançando o desafio aos autarcas presentes para a criação de um centro de poder regional para a gestão da energia no Algarve, assim como para em sede de revisão dos Planos Diretores Municipais existirem medidas concretas para a construção de habitação acessível às famílias e aos jovens.
Sobre o modelo de governação, Luís Graça reafirmou que o PS Algarve “é a favor da criação da região administrativa do Algarve”, sublinhando que “devemos agarrar os processos de descentralização de competências para as autarquias e de democratização das CCDR’s, em sintonia com as propostas do Governo para que estes sejam como o código postal «meio caminho andado para a regionalização» ”.
Para fundamentar a participação do PS-Algarve, Luís Graça anunciou que havia pedido a Adriano Pimpão, antigo Reitor da Universidade do Algarve e ex. Secretário de Estado do Desenvolvimento Regional para em articulação com os autarcas e o presidente da CCDR Algarve elaborar uma proposta concreta de competências para a CCDR enquanto proposta do PS Algarve a negociar com o Governo no âmbito da democratização das CCDR’s.
Em simultâneo, anunciou aos congressistas que o antigo ministro João Cravinho aceitara coordenar o gabinete de reflexão estratégica, porque a credibilização da intervenção política passa por “estudar e fundamentar as propostas”, de forma ponderada e responsável, uma vez que “o PS não é um partido de protesto nem basta fazer reivindicações para resolver os problemas da região”.
Para além do debate e aprovação da moção de estratégia global “Algarve Mais Forte”, apresentada por Luís Graça, o Congresso debateu mais dezassete moções setoriais e elegeu os órgãos da Federação para o biénio 2018/2020, antes de ser encerrado por José Apolinário, em representação do Secretário-Geral do Partido Socialista que é também o primeiro nome da nova Comissão Política Regional dos Socialistas Algarvios.
Numa jornada marcada pela presença do Governo no Algarve, onde o Primeiro-Ministro e o Ministro da Agricultura deram a partida à campanha nacional de limpeza da floresta, António Costa enviou uma mensagem em vídeo aos congressistas, no contexto de uma homenagem ao médico e poeta Santos Serra, seu médico pessoal durante muitos anos, fundador do Partido Socialista em Albufeira onde foi por diversas vezes eleito presidente da Assembleia Municipal e impulsionador do Serviço Nacional de Saúde na região.