Há professores de Matemática que recorrem a ‘escape rooms’ para ensinar, outros que transformam a escola num palco de inclusão ou que conseguiram integrar mais de meio milhar de alunos em risco de abandono escolar.
Estas são apenas algumas das histórias dos dez finalistas da 7.ª edição do Global Teacher Prize Portugal, que hoje termina no MAAT Central, em Lisboa, com o anúncio do vencedor.
A professora Isabel Brito é uma das finalistas pelo seu trabalho como cofundadora e coordenadora do ‘Arco Maior’, uma escola no Porto focada em combater o abandono escolar.
Desde 2013, integrou mais de 550 jovens em risco de exclusão, com percursos marcados por insucesso, negligência ou violência.
No seu currículo tem casos de alunos surdos com boas notas em Geometria Descritiva, outros que se tornaram arquitetos ou técnicos especializados após anos de afastamento da escola.
Ao lado de Isabel concorre Alfredo Gomes, há mais de três décadas à frente do “Teatro da Caverna”.
O professor de Português e Expressão transforma diariamente a escola de Portimão num palco de inclusão, focando-se na formação de cidadãos através da arte.
O seu sonho é renovar o palco da escola caso ganhe o prémio de 30 mil euros para investir na comunidade.
No Bombarral, a professora de Educação Física Ana Martins criou o projeto "Sobre Rodas", que acredita que o movimento pode ser a chave para a inclusão e o sucesso escolar e já viu duplicar o número de alunos envolvidos.
O projeto “tem sido uma alavanca de integração e autoestima, sobretudo entre os alunos com mais dificuldades”, salienta a organização, revelando que se vencer o prémio, Ana irá criar uma sala de apoio à Educação Física com tecnologia e recursos inovadores, uma "central de energia".
Em Fornos de Algodres, Joana Duarte utiliza robôs, jogos, programação e ‘escape rooms’ educativos para promover uma escola mais equitativa e motivadora. Se vencer, pretende criar uma "Sala do Futuro" para o pré-escolar e 1º ciclo.
Cândida Sarabando é professora de Física e Química em Armamar, onde promove a ciência e a cidadania através de projetos como "Bioblitz por Armamar" e a "Noite Europeia dos Investigadores". Se vencer, irá expandir o projeto "Ciência em Movimento" com uma unidade móvel para democratizar o acesso à literacia científica.
Já Sandra Campelos criou o canal "Eu Amo Matemática", onde partilha aulas e materiais gratuitamente, e foi pioneira na criação de manuais com imagens reais e exercícios organizados por níveis de dificuldade.
Na Maia, a professora do 1.º ciclo Carla Maia usa a tecnologia para transformar obras literárias em projetos integradores, tendo criado o "Explore First". Com o dinheiro do prémio, iria lançar um "Ambiente 360° – Laboratório de Aprendizagem Ativa".
De Coimbra, a professora de Filosofia Cristina Janicas dá aulas desde 1988 e consegue transformar a sala de aula num espaço de criação e reflexão, aliando as humanidades às artes performativas e ao cinema.
Já José Oliveira ficou conhecido por transformar salas de aula em laboratórios de criação, tendo criado oficinas de serigrafia e clubes de design.
Através de projetos como “Ver Para Aprender”, desafia os alunos de Geometria Descritiva a superar os limites do programa.
A professora do 1.º ciclo Nádia Bastos é outras das finalistas graças a uma prática pedagógica que coloca os alunos no centro da aprendizagem.
Desenvolveu o projeto "UNIVERSOS", que liga aprendizagens essenciais a saídas profissionais, e aposta na neurociência para uma aprendizagem mais eficaz.
O Global Teacher Prize Portugal arrancou em 2018 e as mais recentes vencedoras são professoras no Bombarral e em Braga.
Lusa