A Associação de Mulheres contra a Violência vai avançar com um projeto na área da violência sexual que integra, entre outros, a criação do primeiro gabinete de apoio às vítimas de violação em Portugal.
O projeto é financiado pelo Programa Cidadania Ativa do Mecanismo Financeiro do Espaço Económico Europeu (EEA Grants), gerido pela Fundação Calouste Gulbenkian, e é apresentado hoje.
Em declarações à agência Lusa, a presidente da Associação de Mulheres contra a Violência (AMCV) explicou que a organização trabalha há 20 anos na área da violência doméstica e da violência sexual, mas a falta de financiamento fez com que nunca tivesse surgido a oportunidade de desenvolver um projeto.
Nas palavras de Margarida Medina Martins, a violência sexual é um problema que "tem estado escondido nos últimos séculos e que é preciso atacar".
Apontou, por exemplo, que em Portugal não existe nenhum serviço especializado para vítimas de violação, quando na Irlanda existem há mais de 30 anos.
"Há aqui uma viagem grande que Portugal tem de fazer nesta área porque cada vez mais damos conta de crianças e jovens, e também adultos, que são identificados como alvo de violação e violência sexual, mas não há respostas especializadas", apontou.