Sociedade

Projeto do novo Mercado de Quarteira «já inclui subida do nível do mar»

 
O Presidente da Câmara Municipal de Loulé anunciou este sábado que, «o projeto do novo Mercado de Quarteira já inclui a subida do nível do mar» e que «foi por essa necessidade de adequação que a obra do mercado conheceu um maior atraso no seu início de construção».

 
Ao Algarve Primeiro, o autarca referiu que se trata de uma medida «já a pensar no futuro» e que qualquer intervenção de avenidas, ruas, ou construções que se efetuem na frente mar, terão de ser adaptadas para que possamos construir uma cidade resiliente e preparada para as alterações que aí vêm».
 
Vítor Aleixo evidenciou que «se trata de uma estratégia em que nós, talvez um pouco mais cedo do que outros, e que aqui em Quarteira já faz parte da nossa cultura política e administrativa, queremos dar resposta a essa necessidade». O autarca assinalou que, no decurso do projeto, «recebemos a indicação de um grupo de cientistas da Universidade de Lisboa, que apontava para a subida do nível da água do mar em Quarteira, razão pela qual não se poderia guardar essa indicação sem adequar o projeto às novas realidades, e foi o que fizemos para responder mais uma vez às alterações climáticas».
 
O autarca justificou assim a demora no arranque da obra, «por muita pressa que tivéssemos, não poderíamos deixar passar os importantes alertas que nos foram transmitidos». Desta forma Vítor Aleixo ressalvou que este cuidado prende-se porque «o novo projeto deverá ser construído para 100 anos, logo deverá estar devidamente adaptado».
 
Neste contexto, não deixou de vincar a «crescente preocupação» que o executivo tem demonstrado em gerir todo o concelho sabendo que, este fenómeno não pode ser ignorado. O autarca sublinhou que é uma estratégia que se impõe «pois temos 30, 40 ou 50 anos para proceder a estas adaptações, pelo que as atuais construções já têm de ser planeadas e construídas nesse sentido».
 
Para o Presidente da Junta de Freguesia de Quarteira, «é fundamental este alinhamento com as alterações climáticas que vão ocorrer no nosso planeta, em especial nas zonas costeiras». Telmo Pinto citou o exemplo de Miami que também já começa a ter essa preocupação, o que demonstra que, «há grandes referências no mundo que já começam a tomar pequenas decisões que são muito importantes para fazer face ao que nos espera».
 
Para este responsável, «é muito importante a preocupação que a Câmara de Loulé tem demonstrado neste sentido, uma vez que, aos poucos nos vamos alinhando com o que é preciso fazer».
 
Ao nosso jornal o autarca assinalou que «no fundo não custa nada ter estes aspetos tão importantes em atenção. Basta que se olhe para a realidade, que se ajustem as subidas de cota, o melhor posicionamento, ou seja, são pequenos aspetos que, no seu todo, podem fazer uma grande diferença no futuro». Telmo Pinto adiantou que, «o atraso em relação à construção do novo Mercado, não vai ser assim tão grande, pelo que se pensa que, nos próximos seis meses se dará o arranque para a abertura do concurso».
 
Com a promessa de que o novo Mercado de Quarteira terá de «criar novas dinâmicas para atrair as pessoas», Telmo Pinto quer um «complemento» dentro do próprio mercado, em paralelo ao peixe e à fruta, «seguindo um pouco a linha de outras referências nacionais e o modelo por exemplo de Barcelona em que, sem perder as suas características, o mercado consegue atrair mais pessoas com uma oferta mais ampla».