O Promontório de Sagres, foi selecionado, pela autoridade nacional responsável pela pré-seleção, por unanimidade, a par com Mértola Vila Museu, para a submissão de candidatura à Marca do Património Europeu, em reunião que decorreu hoje, na Sala do Conselho do Palácio Nacional da Ajuda.
O projeto de candidatura do Promontório de Sagres, que foi apresentado pela Direção Regional de Cultura do Algarve, entidade que tutela o Monumento, defende a sensibilização para a importância europeia do sítio, através de ações de informação; organização de atividades educativas, especialmente vocacionadas para crianças e jovens, tendentes a melhorar a compreensão da história comum da Europa e do seu património; a promoção do multilinguismo; troca de experiências/participação em projetos no âmbito de redes de sítios distinguidos com a Marca do Património Europeu; a promoção da visibilidade e atratividade do sítio a nível europeu, nomeadamente utilizando as novas tecnologias e os meios digitais, e explorando sinergias europeias; bem como a organização de atividades artísticas e culturais que promovam profissionais e artistas europeus ou reforcem a ligação entre o património e a criação contemporânea.
Após a conclusão do actual projecto de Requalificação e Valorização do Promontório de Sagres, uma das principais prioridades da Direção Regional de Cultura do Algarve, com finaciamento do Turismo de Portugal e do POAlgarve 21, pretende-se manter a gestão, supervisão, e acompanhamento da Fortaleza de Sagres exclusivamente pública.
A visão a desenvolver para o Promontório de Sagres, segundo a Direção Regional de Cultura do Algarve e no âmbito da Marca Património Europeu, "irá refletir a singularidade do Monumento Nacional, devido à sua importância geográfica e contextualização histórica, no âmbito da Epopeia dos Descobrimentos Portugueses. Irá também valorizar a oferta cultural, turística e de lazer na região, potenciando uma maior exploração dos seus recursos, dinamizando assim a procura turística".
A missão do Promontório de Sagres será a de proporcionar aos seus visitantes uma experiência única, numa perspectiva de contemplação do Monumento em todas as suas vertentes, enquadrada pedagogicamente pela História que está associada à Fortaleza de Sagres.
A Direção Regional de Cultura do Algarve, explica que a história do Promontório de Sagres, está diretamente relacionada com outros bens culturais localizados no extremo oeste do Algarve, e que configuram um ‘cluster’ de sítios particularmente relevantes para a história europeia como a Ermida de Nossa Senhora de Guadalupe (que remete para a dimensão religiosa da epopeia portuguesa e ibérica e para o resgate de cativos nesta fronteira da Cristandade); a cidade de Lagos (sede do empório comercial henriquino, que recebeu os primeiros escravos negros trazidos para a Europa desde a África subsaariana – tráfico relembrado no edifício chamado «Mercado dos Escravos» e testemunhado pelos vestígios, no Vale da Gafaria, do mais antigo local de enterramento de escravos negros existente em território europeu, povoação que em meados do século XVI, seguindo um projeto de Miguel Arruda, foi dotada com a primeira muralha abaluartada construída com preceitos modernos no território português); o conjunto de fortalezas da Praça de Sagres (que incluem as fortalezas de São Vicente do Cabo, de Beliche e da Baleeira); e um notável património cultural subaquático (que inclui os despojos visitáveis do navio l‘Océan, que testemunha um episódio da Guerra dos Sete Anos, que fazem de Sagres um destino privilegiado do mergulho cultural na Europa).