Economia

Proveitos do alojamento turístico crescem 4,8% no 1.º trimestre para 956 ME

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Os proveitos totais do alojamento turístico cresceram 4,8% no primeiro trimestre, para 956 milhões de euros, tendo os hóspedes aumentado 2,3% e as dormidas recuado 0,5%, influenciados pela Páscoa, divulgou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE).

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De acordo com as estatísticas da atividade turísticas publicadas pelo INE, de janeiro a março os proveitos totais (resultantes de toda a atividade do estabelecimento hoteleiro) atingiram 956,0 milhões de euros e os relativos a aposento (apenas referentes às dormidas) totalizaram 699,5 milhões de euros, o que se traduziu em acréscimos homólogos de 4,8% e 4,3%, respetivamente (+11,7% e +12,1% no trimestre anterior).

“No primeiro trimestre de 2025, foi retomada a trajetória de abrandamento do crescimento dos proveitos iniciada no primeiro trimestre de 2024 e que apenas foi interrompida no quarto trimestre do ano anterior”, nota o instituto estatístico.

No período, o setor do alojamento turístico registou 5,7 milhões de hóspedes (+2,3%) e 13,4 milhões de dormidas (-0,5%), indicadores que no último trimestre de 2024 tinha aumentado 6,6% e 4,6%, respetivamente.

O INE destaca que os mercados externos foram dominantes, representando 67,9% do total das dormidas, num total de 9,1 milhões (-2,3%). Ainda assim, a dependência de mercados externos atingiu no primeiro trimestre o valor mais baixo desde o terceiro trimestre de 2022, em que foi de 65,7%.

Já as dormidas de residentes aumentaram 3,6% para 4,3 milhões.

As dormidas na hotelaria (82,5% do total) registaram um ligeiro aumento (+0,1%), enquanto as dormidas nos estabelecimentos de alojamento local (peso de 14,5% no total) decresceram 3,8% e as de turismo no espaço rural e de habitação (quota de 3,0%) aumentaram 2,3%.

O INE ressalva que estes resultados foram pelo efeito do período de férias associado à Pascoa, que este ano ocorreu em abril, enquanto em 2024 se concentrou, essencialmente, em março.

No primeiro trimestre, a Região Autónoma da Madeira foi a região que apresentou, em termos de dormidas, maior dependência dos mercados externos (85,2% do total), seguida pelo Algarve (81,2%).

Em sentido contrário, no Centro e Alentejo, as dormidas de não residentes apresentaram menor expressão nos totais regionais (24,3% e 31,2%, respetivamente).

Por regiões, a Grande Lisboa concentrou o maior número de dormidas até março (28,3% do total), seguida do Algarve (18,6% do total) e do Norte (18,0%). As dormidas de residentes concentraram-se mais no Norte (24,0% do total) e as dos não residentes ocorreram, principalmente, na Grande Lisboa (32,9% do total).

No primeiro trimestre, o mercado britânico manteve a liderança, respondendo por 16,0% do total das dormidas de não residentes, apesar da queda de 4,8% face ao trimestre homólogo.

Em queda estiveram também as dormidas do mercado alemão, o segundo principal mercado emissor (12,2% do total), que diminuíram 3,9%. Seguiram-se os mercados espanhol e norte-americano (quota de 8,0% em ambos), mas com evoluções distintas: o primeiro a diminuir 21,5% e o segundo a crescer 1,5%.

No grupo dos 10 principais mercados emissores no primeiro trimestre, o mercado polaco registou o maior crescimento (+25,6%), seguido pelo canadiano (+6,4%).

Espanha foi o principal mercado externo em cinco regiões: Oeste e Vale do Tejo (21,9% das dormidas de não residentes), Centro (20,5%), Alentejo (18,1%), Norte (17,1%) e Península de Setúbal (15,3%).

Já o Reino Unido foi o principal mercado no Algarve (30,1%) e na Madeira (26,0%) e os Estados Unidos foram o principal mercado externo nos Açores (19,6%) e na Grande Lisboa (13,4%).

As várias regiões registaram evoluções distintas nas dormidas, ocorrendo decréscimos em cinco, sendo que os maiores aumentos ocorreram na Península de Setúbal (+7,3%) e nos Açores(+7,2%), enquanto o Algarve registou o maior decréscimo (-5,5%), seguido do Oeste e Vale do Tejo (-4,0%).

No conjunto dos estabelecimentos de alojamento turístico, o rendimento médio por quarto disponível (RevPAR) atingiu 40,8 euros no primeiro trimestre, registando um aumento de 2,9% (+8,4% no trimestre anterior). O rendimento médio por quarto ocupado (ADR) atingiu 91,6 euros (+3,0%, após +6,3% no trimestre anterior).

O valor de RevPAR mais elevado foi registado na Madeira (72,8 euros), onde ocorreu também o maior aumento (+20,8%), seguindo-se a Grande Lisboa (68,5 euros), sem alteração face ao período homólogo. Esta última destacou-se ainda com o valor mais elevado de ADR (115,6 euros), seguida da Madeira (103,2 euros), que apresentou também neste indicador o maior crescimento (+15,9%).

Considerando a generalidade dos meios de alojamento (estabelecimentos de alojamento turístico, campismo e colónias de férias e pousadas da juventude), registaram-se 5,9 milhões de hóspedes e 14,3 milhões de dormidas no primeiro trimestre (+1,7% e -0,8%, respetivamente).

Lusa