O presidente do PS Algarve, António Eusébio, refere num comunicado, que tomou conhecimento do documento assinado por 183 dos 220 médicos assistentes hospitalares do Centro Hospitalar do Algarve (CHA) entregue ao presidente do Conselho de Administração, onde se põe a nu “ a degradação dos cuidados de saúde” contrariando as posições assumidas pelo Conselho de Administração publicamente, e reiteradas em reunião com o PS Algarve.
A denúncia agora tornada pública pela esmagadora maioria dos médicos do CHA, da ausência de “discussão e preparação, com participação ativa dos profissionais que trabalham na Região, antes da fusão das unidades hospitalares”, confirmam as preocupações manifestadas pelo PS Algarve, com a ligeireza que o Ministério da Saúde e a Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve encararam este processo, adianta o mesmo comunicado, situação que levou à demissão do anterior Presidente da ARS do Algarve que tem vindo a denunciar as razões que levaram à sua demissão.
À redução do número de consultas e cirurgias programadas, aos atrasos "inaceitáveis" na realização de exames de diagnóstico, à falta de material de uso corrente, à falta de medicamentos para doentes oncológicos e doentes com doenças autoimunes, à degradação contínua das condições de trabalho dos Serviços de Urgência Básicos (SUB) de Albufeira, Loulé e Vila Real de Santo António, à inoperacionalidade repetida das Viaturas Médicas de Emergência e Reanimação (VMER), passando pela delapidação progressiva dos recursos humanos médicos, com o abandono, muitas vezes forçado pelas posições “autoritárias e prepotentes” agora denunciadas, de dezenas de médicos das mais diversas especialidades, e em particular na área da Obstetrícia, colocaram em causa o funcionamento dos serviços de Pediatria e Maternidade do CHA.
Ao longo dos dois últimos anos o PS Algarve diz que acompanhou de perto a progressiva situação de "degradação" da saúde na região do Algarve, alertando os responsáveis regionais e nacionais para a necessidade de alterarem a situação, tentando sempre não criar qualquer situação de alarme que pusesse em causa a confiança da população nos seus profissionais e nos serviços de saúde da região, ou causasse perturbações que prejudicassem a atividade turística regional.
Assim sendo os socialistas defendem que está na hora do Ministério da Saúde assumir as suas responsabilidades, não podendo continuar a assistir à degradação dos serviços de saúde da Região.
O mesmo comunicado alerta que está na hora do Ministro da Saúde encarar a realidade e dar ouvidos aos que defendem os serviços de saúde da região, a favor da atividade económica regional e da população, promovendo uma gestão para este centro hospitalar com competência e capacidade para cumprir os contratos programas e para envolver os profissionais num processo de melhoria da prestação de cuidados de saúde à população algarvia e a todos aqueles que a visitam.