Política

PS de Albufeira retira confiança política a Ricardo Clemente

Na reunião da Comissão Política do Partido Socialista, reunida no último domingo, o partido informou que ficou deliberado, por maioria, retirar a confiança política ao militante Ricardo Clemente «em virtude das suas opções políticas e da sua decisão pessoal, contrária às orientações do partido».

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Ricardo Clemente que foi um dos dois eleitos pelo PS nas eleições autárquicas, passou a ter pelouros atríbuidos no executivo camarário, com o presidente e os restantes dois eleitos da coligação PSD/CDS-PP/MPT/PPM.
 
A aceitação de pelouros por parte de Ricardo Clemente, contra a vontade do PS, permite à coligação liderada por José Carlos Rolo assegurar uma maioria de quatro, contra o segundo vereador eleito pelo PS e os cabeças de lista das candidaturas independentes lideradas pelo antigo presidente da Câmara Desidério Silva e por Abel Zua, que elegeram um representante cada.
 
De acordo com Ricardo Clemente, esta opção de integrar o executivo, permite “garantir alguma estabilidade” à governação do município, considerou.
 
O PS de Albufeira deu conta da sua posição num comunicado divulgado nas redes sociais e esclareceu que, com a coligação vencedora do escrutínio em minoria face à oposição, começou a delinear uma “estratégia” que visava “obrigar o executivo a ouvir e negociar, algo que faltou no mandato anterior”.
 
A mesma fonte diz que Ricardo Clemente comunicou nesse dia “a sua abertura para aceitar pelouros”, mas a estrutura local do PS comunicou-lhe “que essa opção iria desiludir muitas pessoas dentro e fora do partido” e “dificilmente” o PS “acompanharia essa opção”.
 
“Nessa altura foi assumido pelo próprio que esta era uma opção pessoal e o partido [PS] deveria fazer o que entendesse”, referiu ainda a estrutura socialista de Albufeira, reconhecendo que ainda encetou negociações com o PSD, mas a proposta social-democrata foi rejeitada, porque “transformava a perda de maioria nos três órgãos pelo PSD, numa posição de maioria absoluta”.
 
A mesma fonte considerou que aceitar o acordo proposto pelo PSD deixaria o PS “numa posição de subserviência, subvertendo a vontade do voto popular que atribuiu mais votos a toda a oposição”, uma posição que a concelhia socialista garante ter sido “acompanhada pelo presidente da Federação distrital do Partido Socialista”, Luís Graça.
 
“Tudo o que se passou a partir desta data, foram opções pessoais dos envolvidos, mantendo o Partido Socialista o propósito de exercer uma oposição responsável, influenciando a ação governativa, na apresentação de propostas para os problemas do concelho”, concluiu o PS.
 
Algarve Primeiro/Lusa