O PS Faro faz saber em comunicado que a auditoria solicitada pela Assembleia Municipal de Faro em 2018, foi «finalmente concluída».
O desrespeito pelas regras da contratação pública, procedimentos sem suporte legal e administrativo, envolvendo mais de 2 milhões de euros, constituem algumas das irregularidades encontradas pelos auditores, que segundo a concelhia de Faro do Partido Socialista, «lesaram a gestão do erário público e prejudicaram os farenses».
Após um atraso que os socialistas consideram, «injustificado de mais de 2 anos» para conclusão da auditoria às contas da empresa municipal Ambifaro, responsável pela gestão dos equipamentos municipais, o relatório final foi apreciado em sede de comissão de Acompanhamento que reuniu representantes das diferentes bancadas partidárias com assento na Assembleia Municipal de Faro, da qual resultaram recomendações apresentadas na reunião do dia 25 de setembro.
Entre as recomendações, o PS destaca o envio da auditoria para a Inspeção Geral de Finanças e para a Direção Geral das Autarquias Locais, para que aprofundem, no seu quadro de competências, as matérias apresentadas. Recomendações que, de acordo com o partido, foram aprovadas por maioria com a abstenção do PSD, CDS, MPT e PPM.
Para o Partido Socialista de Faro, «os resultados podem ser apenas a ponta do iceberg» dado que a auditoria incide exclusivamente no período compreendido entre 2015 e 2017, e apenas sobre a realização de 3 eventos: Alameda BeerFest, Festival F e Feira de Faro. O PS diz no mesmo comunicado que «práticas e vícios exercidos, revelam um modus operandi danoso para a gestão pública, descontrolado e despesista», que se acentuou em 2017, ano das eleições autárquicas, das quais resultou a reeleição do atual executivo, «que teve na Ambifaro o seu saco azul».
Os socialistas apontam «responsabilidade máxima» ao presidente farense, acusando-o de «incompetente na condução das suas atribuições, com graves irregularidades» como o não cumprimento dos procedimentos de contratação pública, a execução superior ao contratado ou a proliferação de ajustes diretos sem a devida publicitação, mas também a inexistência de atas que atestem a aprovação de apoios e despesas ocorridas, que ascendem a várias dezenas de milhares de euros.
O Partido Socialista, explica que a «sobrecarga fiscal aplicada no período em referência, com taxas máximas de IMI, IRS e Derrama, permitiram ao Município de Faro arrecadar mais 44 milhões de euros», que «foi acompanhada de uma gestão eleitoralista e desrespeitosa do erário público», conclui.