"Existe falta de profissionais de saúde, falta de meios de diagnóstico e tratamento, falta de infraestruturas de apoio e as pessoas com menos meios tem dificuldade em aceder a cuidados de saúde globais de qualidade". Foi desta forma que Luís Gomes, Presidente do PSD-Algarve, encerrou o debate sobre a saúde organizado por esta estrutura regional do partido que juntou em Loulé no passado dia 15 de Novembro cerca de uma centena de pessoas.
O tema do debate era “A Saúde como Prioridade Regional” concluindo-se que a região do Algarve é "vítima de uma descriminação negativa no que respeita ao investimento estatal nos cuidados de saúde da região".
Num debate moderado por Elsa Cordeiro, Deputada à Assembleia da República, usou em primeiro lugar da palavra Rui Cristina, Presidente do PSD-Loulé que desejou que desta sessão saíssem novas respostas para os problemas da saúde na região.
A primeira comunicação esteve a cargo de Miguel Madeira, ex-vogal da Administração Regional de Saúde, que lançou um olhar critico sobre o estado da saúde na região, sinalizando vários pontos que lançaram o debate.
A falta de profissionais de saúde na região, nomeadamente médicos e enfermeiros foi uma das notas mais focadas pelo ex-dirigente que alertou ainda para a indecisão em torno do processo de gestão do Centro de Medicina e Reabilitação do Sul situado em São Brás de Alportel e a necessidade de clarificação do papel no Estado neste equipamento.
Pedro Nunes, Presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Algarve fez uma reflexão sobre o papel do Estado na Saúde e sobre o investimento realizado no Algarve. Sendo uma das organizações que mais pessoas emprega a sul do Tejo o tema dos recursos humanos foi central na sua comunicação.
Críticando a falta de investimento realizado no Algarve, referiu que “se o Algarve pretende que a saúde seja uma prioridade regional tem que exigir que na equação do todo nacional, sejam alocadas mais verbas e seja realizado mais investimento nas estruturas de saúde da região. É uma decisão politica, mas infelizmente o Algarve tem poucos eleitores e isso certamente tem pesado ao longo das ultimas décadas”.
Ainda neste sentido, Pedro Nunes referiu que “a divisão per capita esta mal feita. A população flutuante desvirtua os números e portanto o Algarve deve exigir receber mais do Governo. Colocar apenas o verão como o foco do problema da saúde no Algarve é um erro. Os maiores problemas ocorrem ao longo do resto do ano já que as pessoas que recorrem nesses meses aos cuidados de saúde tem patologias que existem um esforço de resposta contínuo e mais alargado.” O dirigente falou do trabalho realizado nos últimos anos, da capacidade que o CHA teve de acabar com o drama das camas nos corredores do hospital e da rigorosa gestão". Pedro Nunes terminou a sua comunicação frisando que "o Algarve tem um problema gravíssimo, a quantidade e qualidade dos profissionais de saúde. Falta muitos profissionais de saúde e os que existem trabalham demasiadas horas o que naturalmente diminui a sua qualidade de ação.”
João Moura Reis, Presidente da Administração Regional de Saúde do Algarve fez uma comunicação onde apresentou em traços gerais as estruturas de cuidados de saúde na região. Falou sobre o esforço que é realizado diariamente para manter em pleno funcionamento as centenas de equipamentos de cuidados de saúde que existem na região e de como esta estrutura tem procurado de forma continua sensibilizar os responsáveis do Governo para a necessidade de obter descriminações positivas para a contratação de mais profissionais de saúde para a Algarve.
A finalizar a sessão, Luís Gomes referiu ainda que “é necessário que se estabeleça um consenso na região em torno do que queremos em termos de cuidados de saúde para o Algarve", anunciando ainda que "seriam realizadas as conclusões deste encontro e que as mesmas seriam apresentadas pelo mesmo diretamente ao Ministro da Saúde, Paulo Macedo".