O PSD, através do Deputado Cristóvão Norte, do Vereador Daniel Santana e do Presidente da Comissão Política Concelhia Luiz Trindade, esteve reunido no último sábado, 15 de fevereiro, com a Comissão recentemente criada para representar os viveiristas da zona de produção de bivalves designada por Olhão 3 (Olh3), que vão ser obrigados a mudar os seus viveiros para outras zonas da Ria Formosa devido à poluição.
O deputado Cristovão Norte, considera «inadmissível» a situação da escorrência de águas residuais sem tratamento para a Ria Formosa, «além de inibir a produção de bivalves, representa um enorme perigo de Saúde Pública, comprovando-se que a nova ETAR Faro/Olhão não iria resolver o problema da poluição na Ria Formosa, porque a verdadeira causa serão os pontos de descarga de águas poluídas existentes em Olhão e que são reconhecidos por todos com a complacência da Câmara Municipal que ao longo dos anos nada fez para reverter esta situação».
Daniel Santana, explicou que o PSD teve a iniciativa de pedir a reunião para se solidarizar com os produtores de bivalves afetados pela proibição da apanha e da comercialização que dura há um ano, «devido ao autêntico crime ambiental da poluição das águas na frente ribeirinha de Olhão, comprovada pelas amostras recolhidas durante o ano 2019 que revelaram grande concentração de coliformes fecais, consequência dos esgotos sem tratamento que continuam a correr diretamente na Ria Formosa».
Luís Santos, viveirista da Olhão 3 e membro dos corpos sociais da Coop. Formosa, reconheceu que com atual situação «seria muito improvável conseguir-se três anos de amostras com resultados positivos consecutivos para se reavaliar a área afetada e para que a referida zona deixasse de estar classificada como D, contiando a impedi-los de trabalhar nos seus viveiros na apanha e comercialização de bivalves».
Os viveiristas não concordam com a zona proposta no Plano para esta relocalização, por não apresentar o mínimo de condições para a continuação do trabalho em aquicultura e defendem que a melhor solução é mudar os viveiros para o Cabeço da Barrinha, Fuzeta ou Anicha.
No final da reunião, os elementos do PSD propuseram que os produtores fiquem isentos da taxa de recursos hidricos durante o período de privação do desempenho da atividade aquícola; seja implementado com urgência, um plano rigoroso de deteção e eliminação das descargas ilegais de águas residuais para o sistema de águas pluviais; que se aumente as dragagens nas Barras tendo em vista o seu desassoreamento de modo a aumentar a oxigenação das águas na Ria Formosa; e se relocalize os viveiros para zonas que os viveiristas reconheçam ter condições para a produção de bivalves enquanto a Câmara Municipal não conseguir resolver a situação da poluição na frente ribeirinha de Olhão.
