Política

PSD não quer aumento «nem de um cêntimo» da água no Algarve

Na sequência da visita que o Ministro do Ambiente e da Ação Climática, fez esta semana ao Algarve, os deputados eleitos do PSD pelo círculo eleitoral de Faro, referem que Matos Fernandes «insistiu na intenção do Governo em cobrar mais pela água na região».

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Para os deputados, não obstante ter reconhecido que as obras previstas - ligação de uma captação de água do Guadiana no Pomarão à barragem de Odeleite, projeto que custa 55 milhões de euros, e a dessalinização de água do mar, que custa 65 milhões - constituirem investimentos integralmente suportados por Bruxelas, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), «ainda assim insistiu que a água quando chega às torneiras é um bem económico e que, por isso, estas intervenções teriam que ser repercutidas no bolso dos consumidores».
 
Os deputados do PSD, Cristóvão Norte, Rui Cristina e Ofélia Ramos assinalam que sobre esta matéria terá lugar a audição do Ministro na Assembleia da República. «Terá que dar explicações e, se for sério, não poderá impor o aumento da água na região, seja um cêntimo ou um euro. É que os algarvios têm que saber que dos projetos inscritos no PRR - a bazuca - este é o único em que se vai aplicar o princípio do utilizador-pagador, nos restantes a sua manutenção é assegurada pelo Orçamento do Estado, ou seja, os algarvios pagam este pelas taxas e os outros pelos impostos».
 
Desse modo, entendem os parlamentares que «não é razoável que o Algarve, a região mais tragicamente abalada pela crise, beneficie apenas 1,7% da bazuca quando representa quase 5% da economia e da população nacional e, naquilo que beneficia, ainda tenha que o custear por via do aumento do preço da água.»
 
Dizem também que os algarvios «enfrentam a maior crise de que há memória, já nos negaram o plano específico de emergência para a região que tinham anunciado em Julho, mas abandonaram, e agora vamos enfrentar aumentos do preço da água para empresas e consumidores, o que só serve para tornar a região menos competitiva.»
 
Nesse sentido, o Ministro será ouvido no parlamento, sendo que nessa ocasião, os deputados asseguram que vão exigir que esta intenção seja revertida.